Professor Sérgio Arouca (in memoriam) é eleito Doutor Honoris Causa por Conselho Universitário da Unicamp
Publicado por: Karen Menegheti de Moraes
01 de abril de 2024

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Com informações do Portal Unicamp

O Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou, na última terça-feira (26), a concessão de títulos honoríficos a cinco professores da Universidade. Pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM), o professor Antonio Sérgio da Silva Arouca será homenageado com o Título Honoris Causa (In Memoriam), em data a ser definida.  

A iniciativa da homenagem, que partiu do Departamento de Saúde Coletiva da FCM em 2022, passou pela Congregação da instituição no ano seguinte. Posteriormente, recebeu parecer favorável da comissão especial para este fim e, aprovação, em 2024, pelo Conselho Universitário.   

“O professor Arouca foi residente do então Departamento de Medicina Preventiva e Social, depois foi professor da FCM e, na época da ditadura, foi banido da faculdade. O Consu ter aprovado nossa indicação é uma enorme reparação que a Universidade está fazendo à biografia de uma pessoa tão importante para o movimento sanitário brasileiro”, disse Rosana Onocko Campos, chefe do Departamento de Saúde Coletiva da FCM. A docente lembrou ainda que o professor Arouca presidiu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, precursora do Sistema Único de Saúde.

Durante a sessão do Consu, o diretor da FCM, professor Cláudio Coy, destacou o interesse de Arouca em saúde pública desde o período da graduação, na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP). Lembrou sua atuação política e pediu aos colegas de conselho um voto favorável, “em função de seu relevante legado intelectual, político e defensor do acesso universal à saúde”, disse.  

Biografia

Antonio Sergio da Silva Arouca foi médico sanitarista, professor universitário, pesquisador e político, engajado na defesa da saúde gratuita como direito para todos e dever do Estado. Presidiu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, que estabeleceu as bases do Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei 8.080 de 1990.

Foi professor na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp entre 1967 e 1975 e, posteriormente, professor e diretor da Fundação Oswaldo Cruz. Sua tese, “O Dilema Preventivista”, é um marco da mudança de paradigma da Saúde Pública brasileira e um dos documentos que respaldam o nascimento da Saúde Coletiva contemporânea.

Chegou à Unicamp em 1967, recém-formado, e encontrou, no Departamento de Medicina Preventiva e Social, um ambiente acadêmico caracterizado por criatividade, inovação, integração com outros departamentos e fortalecimento das Ciências Sociais dentro do currículo médico, o que contribuiu significativamente para sua trajetória futura dentro da Unicamp e, posteriormente, fora dela.

Mesmo após sua saída em 1975, Arouca fez jus à sua capacidade de agregar intelectuais e outras pessoas da sociedade, como na ocasião de sua defesa de tese na Unicamp e, uma década depois, na condução dos trabalhos da 8ª Conferência Nacional de Saúde.

Assista ao discurso histórico do professor Arouca na 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986), em Brasília:


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