A socióloga e professora de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo, Luci Praun, foi a palestrante convidada do segundo encontro do curso de Capacitação em Saúde Mental Relacionada ao Trabalho, ocorrido no dia 7 de julho na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. O tema da palestra foi “A precarização do trabalho e a saúde mental”.

De acordo com Luci, a precarização do trabalho não é algo que atinge só os setores pais empobrecidos e pauperizados da classe trabalhadora. Quem tem emprego formal, terceirizado, parcial, autônomo, jornada flexível ou meta de produção a cumprir está submetido à precarização do trabalho em circunstâncias distintas e de formas diferenciadas, uns mais outros menos.

Ainda segundo a pesquisadora, a sociedade associou o trabalho a ideias positivistas, por isso é difícil fazer uma relação entre trabalho e adoecimento. Como exemplo, Luci citou que as pessoas passam a maior parte de suas vidas trabalhando e ao chegar num hospital, perguntam de tudo a elas, menos sobre o trabalho.

“O capitalismo dissemina o medo. Criou-se uma situação de salve-se quem puder. Do ponto de vista da saúde, temos que reeducar esse olhar. Hoje, não sabemos qual é o tempo de trabalho e o tempo de lazer. Há doenças como o câncer, ligadas a determinadas profissões, que são subnotificadas”, revelou.

O curso de capacitação em saúde mental relacionada ao trabalho é organizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel Oliveira O.S. Porto" e pelo programa de Residência Multidisciplinar em Saúde Mental e Coletiva, com o apoio do Centro de Educação dos Trabalhadores da Saúde (CETS) da Prefeitura Municipal de Campinas.

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