Pós em Saúde Coletiva promove seminários sobre práticas científicas
Publicado por: Camila Delmondes
31 de outubro de 2024

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Foto: Marcelo Oliveira/ARPI FCM

Nos dias 24 e 25 de outubro de 2024, o Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp promoveu os seminários “Práticas Científicas em Saúde Coletiva” como parte das disciplinas SC-421 e SC-521. Na abertura do evento, a assessora docente da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG), Cláudia V. Maurer Morelli, na ocasião também representando a Diretoria da FCM, destacou a importância do compartilhamento das experiências entre mestrando e doutorando. Por sua vez, o coordenador da Comissão de Pós-Graduação da FCM, José Guilherme Cecatti, e a chefe do Departamento de Saúde Coletiva (DSC), Rosana Onocko Campos, parabenizaram a iniciativa.

Todos os anos, os seminários contam com a apresentação dos projetos de dissertação e tese dos mestrandos e doutorandos do PPGSC, com o objetivo de aprimorar os projetos e apresentá-los aos docentes e colegas, proporcionando a troca de conhecimentos sobre as pesquisas desenvolvidas no âmbito do Programa. Ao todo, foram apresentados resultados preliminares de 20 projetos que contaram com a participação de 16 docentes e pesquisadores, nas bancas de avaliação e discussão. Além disso, o caráter presencial do evento também propiciou entrosamento e sociabilização entre os alunos e professores.

A Comissão Organizadora do evento contou com as professoras Margareth Guimarães Lima (coordenadora do PPG e das disciplinas) e Marcia Bandini (docente do PPG e das disciplinas) e com os discentes Fabrício D. Costa, Marcio A. Silva, Raielle R. Mazzarelli e Viviane H. Cardillo.

Assita ao vídeo resumo, abaixo.

Marcia Bandini destacou a diversidade de temas, ressaltando que os seminários foram “do Modelo de Cox à Teoria de Winnicott, da Inteligência Artificial à solução floral”. Em corroboração, a professora Margareth Lima acrescentou  que os trabalhos apresentados abordaram desde “temas como metagenômica, serviços farmacêuticos na atenção primária, vulnerabilidades e desigualdades sociais em saúde, pesquisa de implementação de redes de apoio no combate à violência, sofrimento psíquico de trabalhadores, a extensão da pós-graduação, dentre outros”, de modo que a variedade das apresentações dialogou com o amplo campo e os desafios da Saúde Coletiva.

Um giro pelos trabalhos apresentados:

 

Foto: Marcelo Oliveira/ARPI FCM

Na área de epidemiologia das doenças infecciosas, a pesquisa que investiga aspectos clínicos, ambientais e o itinerário de pacientes com febre maculosa, uma zoonose letal transmitida por carrapatos. E, também, o projeto inovador que utilizará a metagenômica para caracterizar vírus em animais silvestres atropelados em rodovias brasileiras, numa perspectiva de Saúde Única.

Dentro do rol de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS), um ensaio clínico investiga a eficácia da terapia floral no tratamento da ansiedade de cuidadores informais de idosos dependentes no domicílio.

A tese “Diagnóstico e uso de medicamentos para tratamentos de doenças crônicas não transmissíveis no Brasil", traz dados relevantes sobre a prevalência dessas condições e o acesso a medicamentos em diferentes grupos populacionais. “Um mapeamento está sendo realizado nos serviços farmacêuticos da atenção primária em municípios da região de Campinas para avaliar sua implementação e promover o uso racional de medicamentos”, explicou Márcia.

Já o estudo ecológico intitulado "Vulnerabilidade Social na Mortalidade em Campinas" analisa as desigualdades na mortalidade prematura, considerando fatores socioeconômicos e vulnerabilidade do território de moradia. “Essa pesquisa fornecerá subsídios importantes para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à redução das disparidades em saúde”, disse a docente.

Ainda em relação às pesquisas epidemiológicas sobre as inequidades em saúde, Márcia Bandini relata que determinado projeto traz como tema, a discriminação cotidiana no uso de serviço de saúde e o estudo sobre a saúde bucal de migrantes em Campinas, evidenciando a necessidade de atenção especial a esta população. Que a tese "Desigualdades raciais no estado nutricional e consumo alimentar na população de Campinas/SP", evidencia que as desigualdades raciais podem influenciar os padrões alimentares e interagir com outros fatores, diminuindo a sobrevida. E uma outra pesquisa mostra o efeito da condição socioeconômica na multimorbidade e na sobrevida da população estudada.

Um projeto transdisciplinar busca aproximações com as perspectivas epistemológicas indígenas, tendo como foco a "escuta" desses estudantes na Unicamp. Outro trabalho vai investigar a Inteligência Artificial nos serviços de saúde, sob a perspectiva do direito sanitário.

Os facilitadores e barreiras para implementação de apoio matricial intersetorial no combate à violência nos serviços da assistência social estão sendo estudados em Campinas e outro projeto aborda a implementação de uma rede de apoio intersetorial no combate à violência nas escolas do distrito Norte do Município. “A violência impacta diretamente a saúde e esta iniciativa visa fortalecer as ações intersetoriais articuladas com a sociedade civil”, comentou a docente da FCM.

Projetos de teses e dissertações em andamento no PPGSC também buscam analisar o sofrimento psíquico de grupos de trabalhadores como policiais militares do corpo de bombeiros e magistrados da primeira instância do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ainda em relação à saúde do trabalhador, foi apresentada uma pesquisa para a validação da versão brasileira de um instrumento para avaliar o estresse digital devido ao uso excessivo de tecnologias.

Continua Bandini:

“Outro destaque dos seminários é o projeto "Contribuições da Teoria Psicanalítica de D. Winnicott para pensar o mal-estar do trabalhador", que explora como ambientes de trabalho saudáveis podem potencializar a criatividade e a autonomia dos trabalhadores”.

“Mais um projeto notável é sobre os 'Moradores do assentamento Milton Santos: histórias de vida e saúde'. Por meio de um documentário, esse estudo resgata as trajetórias e desafios enfrentados pelos moradores do assentamento, suas condições de vida e sua relação com a saúde. O projeto se destaca por ter um forte componente em extensão da Pós-Graduação”.

“Essas são apenas algumas das pesquisas em andamento do PPGSC e representam o compromisso da Saúde Coletiva da Unicamp com a geração de conhecimento aplicado e a busca por soluções para os desafios enfrentados pela sociedade. Os resultados obtidos têm o potencial de nortear políticas públicas para promover a equidade na busca de uma sociedade mais justa e a saúde e bem-estar da população”, finalizou.



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