Com a pesquisa Profissionais de Saúde: Um ponto de vista sobre a morte e a distanásia, Julia Messina Gonzaga Ferreira, aluna do quinto ano do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, foi contemplada em 2017 com uma bolsa de pesquisa em Bioética e Ética do Centro de Bioética do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). A apresentação do projeto final e premiação dos melhores trabalhos aconteceu no início de abril deste ano, na sede do Cremesp. A pesquisa da aluna de Medicina da Unicamp ficou em primeiro lugar.

A distanásia é conhecida como o prolongamento da morte iminente de um paciente e consiste na utilização de procedimentos terapêuticos invasivos que causam sofrimento ao doente. De acordo com a pesquisa, os profissionais sentem que o aprendizado sobre terminalidade acontece na prática e que não há uma formação teórica que auxilie no dia a dia. O estudo também apontou o desconhecimento dos profissionais sobre os conceitos eutanásia, ortotanásia e distanásia.

“Mesmo sendo recorrente entre os profissionais de saúde, a morte ainda causa muito desconforto na sociedade. Não temos uma formação que aborda esta questão. Quando evitamos falar sobre o assunto, surgem práticas, conhecidas como a distanásia. É muito importante essa reflexão sobre a morte”, diz Julia, que foi orientada pelo professor Flávio Cesar de Sá, coordenador da disciplina de Bioética da FCM e chefe do Departamento de Saúde Coletiva da FCM. 

O trabalho será publicado na Revista da Associação Brasileira de Educação Médica e será apresentado, em novembro, no 13th World Conference on Bioethics, Medical Ethics & Health Law, congresso internacional da UNESCO, que vai acontecer em Jerusalém, Israel.       

Vigente desde 2001, o Programa de Bolsas para estudantes destina-se a alunos do 2º ao 5º ano de Medicina - ou cursando do 3º ao 10º semestre da faculdade - de todas as faculdades regulares com o MEC. As pesquisas devem versar sobre o tema “Ética Médica” e “Bioética”.

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