Pesquisa genética sobre melanoma cutâneo ganha prêmio
Publicado por: Camila Delmondes
07 de outubro de 2015

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A pesquisa “Polimorfismos Gênicos no Prognóstico de Pacientes com Melanoma Cutâneo” da biomédica e aluna de mestrado da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp Gabriela Vilas Bôas Gomez ganhou o primeiro prêmio concedido pela Comissão Organizadora da 11ª Conferência Brasileira sobre Melanoma, ocorrida no mês de agosto, em Goiânia, GO. O objetivo do estudo foi avaliar se os polimorfismos XPC (A2920C), XPF (T30028C), TP53 (Arg72Pro) e GSTP1 (Ile105Val) estavam associados com o prognóstico de pacientes com melanoma cutâneo. A orientadora da pesquisa foi a médica Carmen Silva Passos Lima, da área de oncologia do Departamento de Clínica Médica da FCM da Unicamp. O trabalho teve apoio da FAPESP e foi desenvolvido no Laboratório de Genética do Câncer (Lageca) da FCM.

Os genes XPC, XPF e TP53 atuam no reparo de lesões de DNA causados por radiação ultravioleta (UV) da luz solar e o gene GSTP1 promove a detoxificação de radicais livres de oxigênio, impedindo que causem lesões no DNA em células expostas à essa radiação. As habilidades de reparo de lesões no DNA e de detoxificação de radicais livres de oxigênio são variáveis em humanos.

“Os polimorfismos desses genes (variações gênicas herdadas presente em pelo menos 1% na população) podem estar associados ao desenvolvimento e progressão do melanoma cutâneo em ambos os mecanismos”, disse a biomédica formada na Escola Bahiana de Medicina de Salvador.

Durante a pesquisa foram avaliados 237 pacientes atendidos no ambulatório de oncologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp entre 2000 e 2014. A mediana de seguimento do estudo foi de 52 meses. Foram analisados os prontuários dos pacientes para avaliar se houve progressão da doença e evolução para o óbito. A sobrevida livre de progressão (SLP) e a sobrevida global (SG) foram calculadas em curvas de Kaplan-Meier e comparadas pelo teste log-rank.  E aplicada as análises univariada e multivariada de Cox.

O DNA dos pacientes foi analisado por reação em cadeia da polimerase e digestão enzimática. Os pacientes foram tratados de forma convencional com ressecção cirúrgica do tumor, linfadenectomia em casos com comprometimento linfonodal e quimioterapia baseada em platina ou dacarbazina ou radioterapia como tratamento paliativo.

Aos 60 meses de observação, de acordo com a pesquisa, os pacientes com os genótipos XPF CC e XPF CC + TP53 ArgArg apresentaram menor SLP e menor SG. Os pacientes com os genótipos XPF CC e XPF CC + TP53 ArgArg apresentaram maior risco de progressão da doença enquanto que os pacientes com os genótipos XPF CC e XPF CC + TP53 ArgArg apresentaram maior risco de evoluir para o óbito.

“Esses dados indicam, pela primeira vez, que os polimorfismos XPF (T30028C) e TP53 (Arg72Pro) atuam como fatores prognósticos em pacientes com melanoma cutâneo. Esses achados, uma vez validados em estudos adicionais em nossa população e em populações de outras origens étnicas, poderão contribuir para identificar pacientes de alto risco, que mereçam receber tratamento mais agressivo do que os demais”, explica Gabriela.

Pesquisa: Influência dos Polimorfismos no Prognóstico de Pacientes com Melanoma Cutâneo
Autores: Gabriela Vilas Bôas Gomez, Cristiane de Oliveira, Gustavo Jacob Lourenço, Aparecida Machado de Moraes
Orientadora: Carmen Silvia Passos Lima
Unidade: Faculdade de Ciências Medicas da Unicamp
Apoio: FAPESP



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