Pesquisa da FCM aponta segurança cardiovascular entre associação de medicamentos para tratamento da obesidade
Publicado por: Camila Delmondes
08 de outubro de 2020

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Pesquisadores do Laboratório em Biologia Vascular e Aterosclerose (Aterolab) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp apresentaram no dia 4 de outubro, durante o Congresso Virtual da Sociedade Europeia de Aterosclerose, a pesquisa Bupropion and/or naltrexone are not associated with increased risk of major adverse cardiovascular events: a network meta-analysis of additive effects. A pesquisa foi apresentada na sessão Late Breaker, dedicada a trabalhos que podem mudar a prática clínica.

“Esta é uma sessão de muito prestigio. Nosso estudo é uma metanálise que avalia a segurança cardiovascular do tratamento para obesidade utilizando duas medicações, a bupropriona e a naltrexona”, comenta o cardiologista e orientador da pesquisa, Andrei Sposito, responsável pelo Aterolab e professor do Departamento de Clínica Médica da FCM.

A apresentação do trabalho foi conduzida pelo médico Sérgio Carvalho, pesquisador associado do Aterolab. Cerca de 1.500 médicos de todo o mundo acompanharam a apresentação ao vivo. Até o dia 8 de outubro, o webcast teve mais de 2 mil visualizações. Veja aqui a apresentação do trabalho na sessão Late Breaker.

De acordo com Sérgio, a associação entre bupropiona e naltrexona é um tratamento para obesidade disponível nos Estados Unidos desde 2015, e que chegou ao Brasil há pouco tempo. Muitos pacientes obesos não respondem ao tratamento somente com dieta e exercicio físico, por isso, as medicações acabam sendo muito importantes.

“Vários tratamentos como sibutramina, fentermina e fenfluraminase são associados ao aumento no risco de infarto, AVC ou doenças das válvulas cardíacas. Assim, avaliar a segurança cardiovascular é algo obrigatório. Entretanto, isso não estava esclarecido para a combinação entre bupropiona e naltrexona, apesar de ser largamente utilizada mundo afora no tratamento da obesidade”, explica Sérgio.

Após avaliar mais 1.200 publicações, os pesquisadores conseguiram reunir um total de 12 estudos com mais de 19 mil pacientes. Como não há estudos suficientes apenas com a combinação bupropiona+naltrexona, os pesquisadores da FCM fizeram um estudo de meta-análise de efeitos aditivos. Eles conseguiram somar o impacto de estudos isolados só com bupropiona, estudos só com naltrexona e estudos que envolveram a combinação bupropiona+naltrexona.

“A partir de nosso estudo, chegamos à conclusão que a combinação entre bupropiona e naltrexona é segura do ponto de vista cardiovascular para o uso em pacientes obesos que não respondem bem ao tratamento com dietas e exercícios”, conclui Sérgio.



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