Palestra inaugura atividades de planejamento estratégico quadrienal de programas de pós em Saúde Coletiva
Publicado por: Karen Menegheti de Moraes
08 de agosto de 2023

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Ocorreu nesta segunda-feira (7), no anfiteatro da Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, evento inicial do planejamento estratégico dos programas de pós-graduação em Saúde Coletiva e Saúde Coletiva: Políticas e Gestão em Saúde. O Planes 2023-2026 sintetiza as mudanças almejadas para os programas no quadriênio. Na ocasião, houve palestra com Bernardo Horta, coordenador da área de Saúde Coletiva da CAPES. Ele falou sobre o tema: “A pós-graduação em Saúde Coletiva – Presente e futuro dos programas acadêmicos e profissionais”.

Segundo Bernardo, antes de 2017 não se cobrava autoavaliação e planejamento estratégico dos programas. “Quando a gente fala em autoavaliação e planejamento estratégico podemos alterar procedimentos, mas não as métricas - como o Qualis. Se quisermos sair disso, só em 2025. Ao se discutir a avaliação da produção intelectual, tem-se debatido a mudança do processo de avaliação, com a redução ou até abolição de métricas quantitativas, passando para uma avaliação mais qualitativa”, completou o coordenador.

Bernardo Horta, da CAPES: avaliação qualitativa dos programas em Saúde Coletiva é um dos debates que tem acontecido. Foto: Karen Moraes/ARPI

Em seguida, o palestrante respondeu a perguntas dos participantes.

Herling Alonzo, coordenador do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva: Políticas e Gestão em Saúde, pediu para que Bernardo comentasse a proposta do Ministério da Saúde de ofertar mestrados profissionais aos participantes do programa Mais Médicos.

“Conversamos a ideia de uma trilha formativa, que inclui especializações e mestrados profissionais. Há uma ação no sentido de aumentar o número de polos, para, com isso, atender mais alunos. Existe também movimento de áreas mais clínicas, ligadas à Medicina da Família”. Em complemento, Rosana Onocko, chefe do Departamento de Saúde Coletiva da FCM e presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, disse que o Ministério da Saúde solicitou que se estimulasse o aumento considerável do número de vagas de outros mestrados profissionais da Saúde Coletiva. Segundo Rosana, isso deve ser levado em consideração no Planes.

Herling Alonzo, coordenador do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva: Políticas e Gestão em Saúde. Foto: Karen Moraes/ARPI

Herling também perguntou se existe perspectiva de crescimento, considerando que há 99 programas em Saúde Coletiva no Brasil. 

Segundo Bernardo, há uma discrepância na distribuição dos programas. “Temos baixa densidade de programas na região Norte. Conseguimos no quadriênio anterior abrir segundo doutorado acadêmico nesta região, mas temos estados no Brasil sem mestrado. Em outras regiões, há programas localizados apenas nas capitais. Estamos atuando para estimular propostas vindas dessas regiões com menor densidade populacional. Entendo que ainda há espaço para crescimento, visando diminuir assimetrias”.

Rita Donalisio, docente do Departamento de Saúde Coletiva, questionou sobre como as experiências de doutorado profissional têm sido avaliadas.

Bernardo declarou que, apesar de uma resistência de algumas áreas quando da criação dos primeiros programas, “isso hoje é uma discussão superada. Para nós, a experiência mostra que é importante. Nesse momento, não temos nenhum programa de doutorado avaliado porque eles são recentes, criados ao longo do quadriênio 2021-2024. Aprovamos mais um programa recentemente”.

Mesa de abertura

“O impacto social é o cerne daquilo que a gente faz”, declara a pró-reitora de Pós-Graduação, Rachel Meneguello. Foto: Karen Moraes/ARPI

Na mesa de abertura, estiveram presentes Rachel Meneguello, pró-reitora de Pós-Graduação da Unicamp; José Guilherme Cecatti, coordenador da Comissão de Pós-Graduação da FCM; Rosana Onocko, chefe do Departamento de Saúde Coletiva e presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva); Nelson Filice, coordenador do Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Abrasco; Margareth Lima, coordenadora do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva; Herling Alonzo, coordenador do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva: Políticas e Gestão em Saúde. Também participou do evento Eneida Campos, orientadora metodológica do Planes da FCM.  

Herling iniciou os trabalhos agradecendo a iniciativa das coordenações, da faculdade e da Pró-Reitoria de Pós-Graduação. “É uma oportunidade para tentarmos definir os rumos dos programas, estabelecendo um planejamento”. Margareth complementou desejando que os três encontros programados para discussão do Planes tenham “bons resgates do passado, análise do presente e planos positivos para o futuro. Conto com adesão para que tenhamos planejamento estratégico importante e interessante para os próximos anos”. 

Margareth Lima, coordenadora do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva. Foto: Karen Moraes/ARPI

“Como chefe de Departamento, tenho orgulho em ter dois programas de Saúde Coletiva nesse movimento. Na Abrasco temos discutido muito a relevância de fazer os planejamentos, retomando o pensamento sobre que tipo de ciência e produção científica queremos fazer. Nelson Filice agradeceu em nome do Fórum. “Nos sentimos privilegiados de poder estar aqui nessa discussão e planejamento desses dois programas”.

Para Guilherme Cecatti, os 14 programas de pós-graduação da FCM apresentam maturidade, sendo a maior parte deles bem avaliados pela CAPES. “Estamos numa fase recém-iniciada de planejamento, para podermos, de maneira sistematizada, programar o futuro de cada um dos programas. O primeiro planejamento estratégico elaborado foi o da Tocoginecologia”. Por fim, ele lembrou que entre as próximas atividades previstas está o processo de avaliação externa dos programas de pós, seguindo orientação da CAPES.

“A FCM é uma unidade com pós-graduação de muita excelência, com programas que impactam em várias áreas. A Saúde Coletiva tem impacto fundamental para a universidade, a região e o país. Fico muito feliz que esses dois programas tenham se organizado para fazer o planejamento estratégico. É um momento muito positivo para isso, em que as discussões têm, de fato, produzido efeitos importantes. A pergunta que todos gostariam que os programas respondessem adequadamente é qual tipo de profissional a gente quer formar”, declarou a pró-reitora Rachel Meneguello.

Planes

A programação do Planes segue com encontros nos dias 14 e 25 de agosto. Após as reuniões, deverá ser elaborado documento que formaliza o planejamento estratégico dos programas para o quadriênio.

Evento contou com homenagem aos professores recém-aposentados do Departamento de Saúde Coletiva, Marilisa Barros e Gastão Wagner. Foto: Karen Moraes/ARPI

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