Foi lançado em 2023 o livro “Fragilidade em idosos brasileiros: Estudo FIBRA Campinas e Ermelino Matarazzo 2016-2018”. A publicação tem como organizadoras, pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, as pesquisadoras da FCM: Priscila Francisco, Daniela de Assumpção, Aldiane Bacurau, Flávia Borim, Anita Neri; além de Mônica Yassuda, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. A publicação está disponível para acesso gratuito na Biblioteca Digital da Unicamp.

O livro contém dados de pesquisa sobre variáveis socioeconômicas, de saúde física e mental, psicológicas e sociais associadas à prevalência de fragilidade em amostras de idosos residentes na cidade de Campinas e no distrito de Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo. As amostras são provenientes do Estudo FIBRA (Fragilidade em Idosos Brasileiros), que foi realizado em dois momentos, em 2008-2009 e 2016-2018, envolvendo pesquisadores da Unicamp e da USP. A publicação foi elaborada com registros de idosos participantes do estudo de seguimento (2016-2018).

A fragilidade é definida como uma síndrome multifatorial e multideterminada que resulta em aumento da vulnerabilidade dos idosos à incapacidade, a doenças crônicas, às demências, à depressão e ao isolamento social. Prediz de forma robusta quedas, hospitalização, institucionalização e mortalidade, em dois a três anos.

Segundo Daniela de Assumpção, a disponibilização do livro gratuitamente pela Biblioteca Digital da Unicamp foi uma iniciativa dos autores, seguindo tradição vigente desde a fundação do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da FCM. “Nosso interesse é que os dados principais e os fundamentos teóricos e metodológicos do Estudo FIBRA sejam amplamente divulgados, com o objetivo de fomentar a pesquisa gerontológica no Brasil, e que estejam ao alcance dos profissionais que estão na ponta dos serviços de saúde”.

A organizadora destaca pontos importantes do livro. “Boa parte dos dados refere-se a idosos octogenários, sobre os quais há menos conhecimento do que os idosos mais jovens. As amostras são heterogêneas, considerando variáveis como sexo, nível socioeconômico, escolaridade, acesso aos serviços de saúde, arranjos de moradia e raça ou etnia. O livro apresenta estimativas de prevalência, proporções sobre uma diversidade de temas, que podem ser úteis para estudantes e profissionais da saúde. O trabalho apresenta um bom embasamento metodológico, com instrumentos mais específicos sobre envelhecimento”.

Daniela ressalta, ainda, a importância de tratar a fragilidade, num momento em que a população brasileira está envelhecendo. “Uma adequada gestão da fragilidade em pessoas idosas por agências públicas e privadas de assistência à saúde requer intervenções precoces nos fatores de risco evitáveis para acometimentos que prejudicam o bem-estar dos mais velhos”.

O download pode ser feito neste link.

Apoio

A pesquisa e a divulgação dos dados receberam apoios financeiro e institucional do CNPq (Edital MCT-CNPq/MS-SCTIE-DECIT, Processo 17/2006, Projeto nº 555082/2006-7), da CAPES (Convênio CAPES/Procad 2972/2014-01, Projeto nº 88881.068447/2014-01) e da FAPESP (Projeto temático nº 2016/00084-8). Quanto à coleta dos dados utilizados para a produção do livro, houve o apoio do professor Ivan Aprahamian e seus alunos da Faculdade de Medicina de Jundiaí.