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Com informações da Agência Câmara de Notícias
Durante audiência pública em 4 de fevereiro na Câmara dos Deputados, em Brasília, José Barreto Campelo Carvalheira, coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer do Ministério da Saúde, afirmou que o ministério está finalizando a regulamentação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer. De acordo com Barreto, que também é professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, todas as portarias já foram acordadas com representantes estaduais e municipais, e a estrutura da rede de tratamento do câncer está em fase de organização.
Barreto disse que a rede vai integrar todas as etapas de combate e tratamento do câncer. “Ela envolve busca ativa, acompanhamento individualizado, coordenação entre serviços e apoio aos pacientes no diagnóstico e tratamento. Abrange os níveis de atenção primária, especializada e de suporte", explicou. De acordo com ele, a rede tem o objetivo de garantir diagnóstico em tempo hábil, articular diferentes níveis de atenção, comunicar entre os diferentes pontos de atenção, reduzir custos, evitar deslocamento necessário e promover a adesão ao tratamento.
Sancionada em dezembro de 2023, a lei que institui a política de prevenção e controle do câncer nasceu de um projeto da Comissão Especial de Combate ao Câncer no Brasil, que promoveu o debate. O presidente da comissão é o deputado Weliton Prado. No dia 4 de fevereiro é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. A audiência ainda contou com a participação remota do professor da FCM, Carmino Antonio de Souza, representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Diagnóstico
O diagnóstico precoce do câncer é realmente um problema no Brasil. De acordo com José Barreto, hoje, mais de 60% dos casos da doença são diagnosticados em fase avançada. O ideal, segundo o oncologista, seria que essa taxa não ultrapassasse os 30%.
Barreto explicou ainda que um atraso de 30 dias no início do tratamento aumenta o risco de mortalidade em até 8%. Se o começo da terapia ultrapassar 60 dias, a mortalidade pode aumentar em até 16%.
O Instituto Nacional do Câncer estima que, nos próximos anos, o Brasil vai ter 704 mil novos casos de câncer por ano.