Nos dias 22 e 23 de março, aconteceu no Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a recepção de oito coordenadores de programas de residência em Medicina do Trabalho da UFRS, UFMG, USP, Santa Casa de São Paulo, Hospital do Trabalhador do Paraná, FMABC, IAMSPE de São Paulo, além da própria Unicamp. O objetivo da oficina de trabalho foi discutir as possibilidades de parceria e intercâmbio entre os programas e revisar o atual programa proposto pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). 

A Medicina do Trabalho já é a sexta especialidade em número de médicos no Brasil, segundo o estudo Demografia Médica 2018, conduzido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). De acordo com Márcia Bandini, professora do Departamento de Saúde Coletiva e presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), a oficina de trabalho foi muito produtiva no sentido de propor modificações nos programas que, em breve, serão encaminhados como sugestões de melhoria para a CNRM.

Ainda segundo Márcia, o grande desafio é formar médicos do trabalho mais qualificados e alinhados com a defesa da saúde dos trabalhadores e as expectativas da sociedade contemporânea. E por estarem inseridos em um contexto de conflito capital-trabalho, os médicos do trabalho precisam estar preparados para enfrentar os dilemas éticos e morais, comuns no exercício profissional da especialidade.

“Para isso, precisamos de programas de residência-médica mais plurais, que incluam treinamento que possam ir muito além dos modelos focados em ambulatórios e serviços hospitalares”, disse Márcia.
O encontro teve o apoio da Comissão de Residências Médica (Coreme) e da (ANAMT).