Mais Médicos: capacitação reúne gestores na FCM
Publicado por: Camila Delmondes
07 de outubro de 2015

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No dia 10 de dezembro, a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp recebeu o Encontro Regional do Programa Mais Médicos para o Brasil, do Governo Federal. O evento reuniu médicos bolsistas, supervisores do programa e gestores municipais de Campinas, Itatiba e Santo Antonio de Posse, para discutir as especificidades das redes locais de Saúde, bem como as dificuldades e avanços da Atenção Básica.

Transmitindo mensagens de boas-vindas ao público presente em nome da diretoria da FCM, a coordenadora da Comissão de Pós-Graduação, Rosana Teresa Onocko Campos, disse ser uma alegria poder receber o encontro na unidade. “A FCM é uma faculdade muito respeitada no Brasil, mas até agora esteve bastante afastada do Mais Médicos. Existe uma perspectiva mais otimista da nova gestão de aproximar-se mais do Programa”, afirmou.

Mariana Campos atua na referência descentralizada do Ministério da Saúde (MS) e atua próxima dos gestores municipais e médicos envolvidos com o Programa. Durante o encontro realizado na FCM apresentou leis, portarias e editais que fundamentam o Mais Médicos. “Todo estado tem uma Comissão que ajuda no acompanhamento do Programa, com representantes do próprio estado, do MS, Ministério da Educação e instituições supervisoras”, disse.

Na ocasião, ela também explicou que o Mais Médicos atua em três frentes: a formação para o Sistema Único de Saúde (SUS), com a ampliação da oferta do número de vagas na graduação em Medicina e Residência Médica; reorientação da formação, com a reorganização da residência médica no país, que no momento é pouco voltada às necessidades da Atenção Básica; e provimento emergencial, com a chamada de médicos do Brasil e do exterior para atuar nas regiões com déficits desses profissionais.

“Uma das responsabilidades do município é incluir os médicos recém-chegados nas equipes de Saúde da Família”, disse Mariana. O prazo máximo para que isso aconteça é de até três meses, todavia, ainda nem todos os municípios conseguiram se organizar nesse sentido. “Esse é outro acompanhamento que nós temos feito junto aos municípios para que esses médicos consigam ser incorporados numa equipe que está sem médico, ou em uma equipe que precisa ser formada”, disse.

Outro ponto destacado pela representante do programa no estado paulista foi a utilização, pelos bolsistas, da plataforma E-SUS, cujo objetivo principal é reestruturar as informações da Atenção Básica em nível nacional. “O E-SUS é uma ferramenta muito importante para o MS e profissionais da área da Saúde. Ela vai permitir melhorar nossos indicadores de saúde, indo mais além do que apenas registrar o número de consultas/mês, ao pensar quais são essas consultas, quem são os pacientes, como é feito o acompanhamento dos residentes da rede e etc.”, explicou.

Dados da primeira quinzena de novembro de 2014, apresentados por Mariana, revelaram 223 médicos do programa distribuídos em 15 municípios pertencentes à macrorregião de Campinas. A grande maioria destes profissionais está inserida em equipes de Saúde da Família e Comunidade. Jaguariúna e Nova Odessa são os únicos municípios que ainda não atendem a essa especificidade. Ao todo, o Brasil possui cerca de 15 mil bolsistas no Mais Médicos.

Para Rosana Onocko, os diferentes contextos da atuação médica em municípios de pequeno, médio e grande porte devem ser considerados. Encontros como o realizado na FCM podem buscar soluções para realidades distintas.”São questões de articulação e de coordenação bem diferentes. Percebo que existe uma dificuldade de comunicação, em saber como o programa transita em grandes secretarias.Tenho a impressão de que se a gente melhorasse isso, várias outras questões também poderiam melhorar”, refletiu.

Para o médico e professor da PUC-Campinas, Aguinaldo Gonçalves, anfitrião do encontro realizado na FCM, eventos periódicos que reúnam bolsistas, supervisores do programa e gestores municipais de Saúde podem contribuir para dirimir tais dificuldades. “Nós temos conseguindo manter uma periodicidade mensal das reuniões de supervisão, aqui mesmo na Unicamp, onde é possível se reunir os supervisores para a troca de experiência”, destacou.



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