Luta de braço é destaque em pesquisa de Programa de Pós-graduação em Ciências da Cirurgia da FCM
Publicado por: Karen Menegheti de Moraes
16 de dezembro de 2024

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Luiz Leopoldo Silva Gonzaga, aprovado mestre em Ciências da Cirurgia em novembro pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, defendeu a tese “Avaliação isocinética concêntrica/concêntrica dos ombros e cotovelos dos praticantes de luta de braço”. A pesquisa contou com a orientação do professor do Departamento de Ortopedia, Reumatologia e Traumatologia (DORT) da FCM, Mauricio Etchebehere. O estudo teve participação de Mauro Pascoa, pesquisador colaborador do Departamento de Pediatria da FCM. Foram membros da banca, ainda, Guilherme Mouraria (professor do DORT) e Freddy Beretta Marcondes (Instituto Mood).

O estudo avaliou o equilíbrio das forças concêntricas que fazem a rotação interna e externa de ombro, além dos flexores e extensores de cotovelo em atletas de nível competitivo internacional. A luta de braço consiste entre dois oponentes que tem por objetivo abaixar a mão do adversário até a almofada de finalização, rodando externamente seu ombro e estendendo seu cotovelo. Para o movimento específico usa-se muita força e potência, principalmente do membro superior em disputa.

Campeão pan-americano, sulamericano e 17 vezes brasileiro de luta de braço, Luiz é graduado em Educação Física. Ele explica que os resultados do estudo demonstram um desequilíbrio de forças significativo entre flexores e extensores de cotovelo quando o antebraço está posicionado em rotação externa de ombro, que corresponde à posição de defesa ou derrota. “As maiores lesões neste esporte, que são a fratura de úmero e ruptura de bíceps, ocorrem na posição de rotação externa de ombro. Acreditamos que o desequilíbrio encontrado de forma aumentada nesta posição seja um dos motivos para tantas lesões neste posicionamento”.

Guilherme Mouraria, Mauricio Etchebehere, Mauro Pascoa, Luiz Gonzaga e Freddy Beretta Marcondes. O pesquisador da FCM e diretor científico da Federação Sulamericana de Luta de Braço entrega diploma da entidade ao mestre pelo PPG em Ciências da Cirurgia. Foto: divulgação

Desse modo, o mestre em Ciências da Cirurgia ressalta que, quando um praticante do esporte precisa passar por uma cirurgia para estabilizar essas lesões, é importante que ele seja examinado quanto ao equilíbrio entre os flexores e extensores do cotovelo, bem como os rotadores do ombro, antes de receber alta médica. Ele acrescenta que a pesquisa pode beneficiar tanto atletas amadores quanto profissionais, ao demonstrar padrões mais adequados a serem alcançados nos treinos, melhorando tanto o desempenho quanto a segurança.

Mauro Pascoa, que também é árbitro e membro da Federação Mundial de Luta de Braço, contribuiu para as pesquisas relacionadas à modalidade no Laboratório de Crescimento e Desenvolvimento da FCM (LabCreD). Sua colaboração abrangeu desde a concepção dos estudos até a análise do treinamento, com foco no aprimoramento do desempenho técnico e das capacidades físicas dos praticantes. Além disso, considerou todas as categorias da modalidade, incluindo competições masculinas e femininas, classificações por faixa etária e a inclusão de categorias adaptadas para pessoas com deficiência.

O pesquisador do LabCreD destaca que a pesquisa investigou, pela primeira vez, as diferenças na capacidade de força entre ângulos de rotação do ombro, o que levou os pesquisadores a verificar um desequilíbrio acentuado na musculatura dos membros superiores, especificamente na articulação do cotovelo. “Assim, o movimento é otimizado seguindo uma das principais regras da luta de braço, que restringe a rotação externa do ombro quando o atleta se posiciona de lado para a mesa. Isso oferece a todos o conhecimento básico para uma prática consciente e saudável, comum a todos os atletas”, acrescenta.

Atleta de luta de braço em avaliação no dinamômetro isocinético. Foto: divulgação

Preditores de desempenho

Ainda sobre a modalidade da luta de braço, Mauro havia publicado em julho o artigo “Predictors of performance on world-level arm wrestlers” no Journal of Human Sport and Exercise. Também assina pela FCM o professor Gil Guerra Júnior. Contribuíram ainda autores do Comitê Paralímpico Brasileiro e do Minian Medical & Health Group.

O estudo teve como objetivo explorar os preditores de desempenho, determinando a composição corporal ideal para competidores de luta de braço em nível mundial em um ambiente competitivo. Os atletas passaram por avaliações de composição corporal, e suas classificações finais na competição foram registradas. Foram realizadas comparações percentuais entre grupos para a massa de gordura relativa, distribuídas por país; a massa livre de gordura, agrupada pela classificação final; e a comparação das classificações finais, agrupadas por país. Um total de 220 competidores de elite do sexo masculino, provenientes de 33 países, demonstraram questões nutricionais relacionadas aos componentes da composição corporal em ambiente competitivo.

Mauro explica que os principais achados do estudo. “Todos países avaliados têm condições de alcançarem o pódio. O percentual de massa gorda sugere atletas em classes de peso mais baixas, o que pode explicar a ausência de diferenças entre massa livre de gordura e desempenho competitivo. Algumas categorias de peso encontraram diferença relativa ao percentual de gordura, quando a musculatura deveria ser a principal mudança esperada. Além disso, lutadores de braço de nível mundial revelaram alterações nutricionais nos valores dos componentes da composição corporal. Porém, ainda são necessários mais estudos sobre parâmetros nutricionais de acordo com a composição corporal para a modalidade”. Ele lembra que atletas brasileiros que participaram da pesquisa passaram por avaliações no LabCred.



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