Pesquisadores do Laboratório de Análise Espacial de Dados Epidemiológicos (epiGeo), liderados pelo professor Ricardo Cordeiro do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, acabam de lançar o podcast Morte Matada, sobre mortes violentas em Campinas e no Brasil. Semanalmente, a programação disponível gratuitamente no Spotify discutirá casos reais de morte violentas que poderiam ter sido evitadas.

“Quando nos deparamos com uma epidemia, como é o caso das mortes violentas em Campinas, uma pergunta intuitiva logo nos vem à mente: o que diferencia essas vítimas da população geral onde vivem? Se encontrarmos respostas para essa pergunta, possivelmente, teremos mais elementos para compreender o emaranhando causal que produz esses agravos, com maior capacidade para preveni-los”, explica Ricardo Cordeiro sobre a essência do estudo que motivou a criação do podcast.

O docente da FCM conta que durante uma pesquisa realizada 2019, os pesquisadores do epiGeo analisaram casos de moradores de Campinas, vítimas de mortes violentas, a partir da escuta (autópsia verbal) de parentes, vizinhos e colegas de trabalho, encontrando um conjunto de características associadas aos diversos tipos de mortes violentas estudadas, ampliando o entendimento sobre a causalidade destas.

“Homicídios, suicídios, feminicídios, atropelamentos, quedas, colisões, lesões do trabalho, queimaduras, envenenamentos, eletrocuções, afogamentos, soterramentos, lesões por deslizamento de terras ou barragens não são acidentais, fatalidades, frutos do acaso ou má sorte, mas ocorrências socialmente determinadas, previsíveis e preveníveis”, comenta a epidemiologista Thamires Smania, no primeiro espisódio do Morte Matada, apresentado ao lado do também epidemiologista Pedro Faria.

Ouça aqui o primeiro episódio. Siga também pelo Instagram e Twitter.