Japão investe mais US$ 5 milhões na Unicamp para pesquisas sobre doenças fúngicas
Publicado por: Camila Delmondes
16 de setembro de 2019

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No dia 18 de setembro, às 10 horas, no auditório do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, acontece a solenidade de formalização da parceria entre Unicamp e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) para a entrega de novos equipamentos ao Laboratório de Epidemiologia Molecular e Doenças Infecciosas (LEMDI) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) Unicamp.

O evento contará com a presença do cônsul geral do Japão no Brasil, Yasushi Noguchi; do reitor da Unicamp, Marcelo Knobel; do diretor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Luiz Carlos Zeferino e da coordenadora do LEMDI, a professora e médica infectologista da FCM, Maria Luiza Moretti, além de outras autoridades da Universidade e do Japão.

O acordo entre as instituições foi firmado em 2017 e prevê investimentos da ordem de US$ 5 milhões durante cinco anos para a realização de projetos de pesquisa clínica em infectologia. Com os recursos doados, foram adquiridos equipamentos de exames PCR, fotodocumentadores, freezeres, capelas, fluxo laminares, dentre outros instrumentos para preservação e coleção de fungos. Em 2020, chegará um sequenciador de alto desempenho avaliado em US$ 500 mil que estará à disposição de outros laboratórios da FCM.

“Com os novos equipamentos será possível o diagnóstico precoce de infecções fúngicas até a nível molecular e o conhecimento da resistência desses fungos para melhor adequação do tratamento. Além disso, no Brasil o projeto envolve pesquisadores e profissionais do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, dos hospitais municipais Mário Gatti e Ouro Verde, e do Centro Infantil Boldrini”, disse Maria Luiza Moretti.

De acordo com a especialista da Unicamp, as infecções fúngicas têm alta prevalência entre pacientes que ficam muito tempo internados. Entre as infecções mais prevalentes está a aspergilose que afeta os pulmões. A aspergilose é uma infecção causada pelo fungo Aspergillus, presente na poeira que circula pelo ar. “Não imaginávamos fazer tanto diagnóstico de aspergilose em pacientes hospitalizados”, comentou.

Sobre o LEMDI

O laboratório foi fundado em 1993 e montado com recursos da Fapesp. Em 1996, iniciou-se o primeiro projeto colaborativo da Unicamp com a Universidade de Chiba e a Universidade de Toyama, com a ida de professores e alunos de pós-graduação para o Japão e vice-versa. Em seguida, veio um projeto com o apoio da JICA para treinamento na área de doenças infecciosas e HIV de médicos de países africanos de língua portuguesa. No início de 2000, outro projeto com a Universidade de Chiba, no Japão foi firmado, e, em 2017, o laboratório foi contemplado com o Science an Technology Research Partenership for Sustainable Development (SATRESP). O projeto prevê, além da readequação tecnológica dos equipamentos do LEMDI, a ida e vinda de pesquisadores da Unicamp, Chiba e Nagasaki.

O SATRESP é um projeto firmado entre a Agência Brasileira de Cooperação do Governo Federal e o governo japonês, por meio da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) para o desenvolvimento e implantação do projeto The establishement of a research and reference collaborative system for the diagnosis of fungal infections including drug-resistant ones both in Brazil and Japan.  “Em mais de 20 anos, por meio dessas parcerias com o Japão, já trouxemos cerca de US$ 9 milhões de recursos para a Unicamp”, ressaltou Maria Luiza.

Leia também:
Unicamp e Universidade de Chiba firmam parceria para realização de pesquisas clínicas na área de fungos



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