Possibilitar a formação de massa crítica docente para desenvolver e implantar, nas escolas de medicina brasileiras, a avaliação programática dos estudantes. Essa é a tônica de um grande consórcio desenvolvido pelas faculdades de Medicina da Unicamp, Universidade de São Paulo (campus de Ribeirão Preto), Universidade Federal de São Carlos, Universidade Federal de Minas Gerais, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e Universidade de Passo Fundo, através de financiamento do Latin America Grants Program Committee (LAGPC) do National Board of Medical Examiners (NBME).

“A meta é que cada instituição crie comitês de avaliações institucionais, produza planos consistentes de avaliação programática em seus cursos, com métodos e técnicas mais objetivos e adequados de avaliação formativa, que levem em conta os conhecimentos, teóricos e práticos e as habilidades clínicas dos estudantes”, explica a Pró-Reitora de Graduação da Unicamp e membro do Latin America Grants Program Committee do NBME, Eliana Martorano Amaral.

“Embora o curso de medicina da FCM seja de excelência, há certamente espaços de aprimoramento, sendo a qualificação do processo de avaliação um dos mais relevantes, por seu efeito indutor positivo em todo o processo de ensino”, comenta o coordenador do Núcleo de Avaliação e Pesquisa em Educação Médica (Napem) da FCM, Erich Vinícius de Paula.

De acordo com Erich, no mundo todo, a avaliação do ensino médico é entendida como um dos aspectos mais importantes do ensino, o que se reflete na quantidade de novos instrumentos e novos modelos para avaliar o aprendizado do aluno. “De uma forma geral, um dos elementos centrais de todos estes modelos é o uso da avaliação não apenas como momento de verificação da aprendizagem, mas também como uma estratégia para facilitar a compreensão e retenção de novos conhecimentos”, comenta. No entanto, destaca o coordenador do Napem, uma etapa essencial para a implementação destes modelos é a qualificação do corpo docente na aplicação destas novas ferramentas, sendo este um dos principais objetivos do LAGPC.

“Em novembro de 2018, participamos de uma semana de capacitação sobre avaliação no ensino médico, em Ribeirão Preto, destinada a professores de todas as instituições e cursos que participam do projeto. Agora, em 2019, reunimos 35 docentes da FCM para dois dias inteiros de capacitação no Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem [EA]² da Unicamp, com a vice-presidente do NBME, Brownell Anderson, especialista no assunto”, conta a professora Joana Fróes Bragança Bastos, coordenadora do curso de graduação em Medicina, destacando o interesse do corpo docente da FCM pelas questões que envolvem a avaliação do ensino-aprendizagem dos alunos.

Joana explica, ainda, que a implantação da avaliação programática dos estudantes faz parte do plano de gestão do curso de Medicina da Unicamp. Este projeto, que também inclui mapeamento das matrizes de competências, habilidades, ações de integração do ciclo básico e clínico entre outros, já foi apresentado na Comissão de Ensino, Congregação e Departamentos com excelente aceitação da comunidade acadêmica da FCM.

“Nesse momento em que propomos a construção de um projeto de centralização das avaliações para todo o curso de Medicina, é importante ter um grupo de docentes com participação ativa e atuando na implementação de um sistema de avaliação original, elaborado para corresponder as nossas expectativas e necessidades”, diz a coordenadora do curso de graduação em Medicina da FCM.