Na última segunda-feira (10), a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp recebeu o cientista dinamarquês Niels Høiby, da Universidade de Copenhague, reconhecido no meio científico como um dos pesquisadores pioneiros no estudo dos biofilmes bacterianos. O evento foi organizado pelo Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e do Adolescente e reuniu cerca de 60 pessoas no Salão Nobre da FCM, ligadas às áreas das ciências biológicas, biomedicina, farmácia, enfermagem e medicina.

De passagem pela América Latina, Høiby veio até a FCM compartilhar o seu conhecimento na área da microbiologia ambiental, mais especificamente, no que diz respeito à formação dos biofilmes bacterianos, bem como o papel que estes exercem nas infecções crônicas. Conhecimento tal, de acordo com os organizadores do encontro, “cada vez mais valorizado na área da saúde por microbiologistas clínicos e infectologistas”.

“Aqui na Unicamp, nós temos um grande centro de estudos em FC dentro do Ciped, o LAFIC, coordenado pelo gastroenterologista pediátrico Antonio Fernando Ribeiro. Na área de estudos microbiológicos, temos o infectologista Carlos Emilio Levy, responsável pelo Laboratório de Parasitologia Clínica, do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. A vinda do Høiby interessa várias disciplinas da FCM”, explica o coordenador do Centro de Investigação em Pediatria (CIPED) da FCM, José Dirceu Ribeiro.

Ribeiro conta que a visita de Høiby também tem como proposta, viabilizar estudos colaborativos entre o Brasil e a Dinamarca, por intermédio da Unicamp e da UC, compartilhando conhecimentos e tecnologias. Uma vez que, ambas as universidades, já realizam intercâmbio de massa crítica, com o envio de alunos e docentes entre os dois países.

“O professor Høiby tem um centro de pesquisa muito avançado em FC, e investiga como a infecção pulmonar e das vias aéreas agride os pacientes, diminuindo a qualidade de vida e a saúde desses indivíduos. A Dinamarca é um país muito avançado e tem uma estrutura de pesquisa muito grande nessa doença”, afirma Dirceu.

Ainda de acordo com o coordenador do Ciped da FCM, doenças como a FC favorecem infecções causadas por bactérias atípicas, ou seja, que não fazem mal para a grande maioria da população. Assim, compreender a estrutura dos biofilmes formados por essas bactérias pode contribuir para o tratamento da doença. “Destruindo o biofilme, conseguimos impedir a proliferação da bactéria”.