Encontro de projeto temático sobre Desigualdades Sociais em Saúde reúne pesquisadores do Brasil e do exterior na FCM
Publicado por: Camila Delmondes
10 de dezembro de 2024

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VI Encontro do Projeto Temático Fapesp: Desigualdades Sociais em Saúde em municípios sedes de duas metrópoles paulistas/Foto: Marcelo Oliveira

Nos dias 21 e 22 de novembro foi realizado na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp o VI Encontro do Projeto Temático Fapesp: Desigualdades sociais em Saúde em municípios sedes de duas metrópoles paulistas. O evento foi organizado pelo Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde (CCAS) e contou com a participação de pesquisadores do Brasil e do exterior em palestras e apresentação de trabalhos.

Em sua fala de abertura, a coordenadora do CCAS da FCM, Marilisa Barros, disse que a propositura do projeto temático teve como motivação, o contexto do aumento da concentração de renda no mundo, cujo ápice pôde ser observado em 2010. Segundo ela, a crise econômica de 2008 que afetou vários países incluindo o Brasil – somada à implementação de políticas neoliberais que reduziram os investimentos sociais–, contribuiu para a piora dos indicadores de saúde e ampliação das desigualdades sociais.

“A concentração de renda estava aumentando no mundo todo, mas o Brasil sempre teve lugar entre os 10 países mais desiguais nesse quesito, daí o nosso interesse em analisar o contexto nacional. Apesar de desigual, nosso país vivia um período favorável, com 28 milhões de pessoas retiradas da extrema pobreza, valorização real do salário mínimo, fortalecimento das relações trabalhistas, implementação de políticas afirmativas, e saída do Brasil do mapa mundial da fome. Surpreendentemente, o prêmio para todos esses avanços foi um golpe de Estado, seguido do congelamento dos gastos públicos com Saúde e Educação”, contou.

VI Encontro do Projeto Temático Fapesp: Desigualdades Sociais em Saúde em municípios sedes de duas metrópoles paulistas/Foto: Marcelo Oliveira

A partir desse cenário, a pesquisadora contou que o projeto temático teve como objetivos: analisar e monitorar as desigualdades sociais a partir dos inquéritos de saúde realizados em São Paulo e Campinas; realizar o inquérito de saúde em 2022/24, analisar também indicadores de mortalidade e incidência de câncer, e trabalhar com uma expectativa de vida saudável e expectativa de vida ‘feliz’, qualificada a partir das informações obtidas nos inquéritos.

Com a ascensão da extrema direita ao poder em 2019, e o enfrentamento da pandemia em 2020, a docente da FCM explicou que as desigualdades sociais foram ampliadas. Os ricos ficaram cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais miseráveis, em um fenômeno que a Oxfam Brasil à época denominou como “o vírus da desigualdade”.

“Nossa pretensão com o projeto temático sempre foi grande, no sentido de analisar as desigualdades sociais em diferentes dimensões e indicadores de Saúde, cobrindo uma ampla gama da saúde da população. Contudo, a pandemia também impactou nosso projeto temático. O inquérito ISACamp previsto para ser realizado em 2020, acabou acontecendo no período de 2022 a 2024. O Censo Demográfico Brasileiro também foi postergado, e em função disso alguns dos nossos estudos aguardam dados atualizados do IBGE para serem desenvolvidos”, explicou.

Troca de experiências

Na manhã do primeiro dia do encontro, o professor Carlos Castilho Salgado (Universidade Johns Hopkins, EUA) falou sobre o impacto das divisões político-ideológicas na saúde da população. Na sequência, as professoras Marília Louvision (USP) e Marilisa Barros (Unicamp) conduziram as apresentações de trabalhos sobre as desigualdades sociais em São Paulo e Campinas. Por sua vez, a pesquisadora Maria do Carmo Ferreira (Unicamp) abordou as desigualdades sociais na incidência e mortalidade por câncer em Campinas. No período da tarde, a pesquisadora Ana Paula Belon Lima (Universidade de Alberta, Canadá) explanou sobre a expectativa de vida em Campinas. E o professor Shamyr Sullyvan de Castro (UFC) traçou um panorama sobre as incapacidades e desigualdades em Saúde nos inquéritos ISA.

No segundo dia, pela manhã, o professor Ivan Dario Arroyave Zuluaga (Universidade de Antioquia, Colombia) tratou das dimensões e tendências das inequidades em Saúde em seu país. Na sequência, a pesquisadora Margareth Lima (Unicamp) apresentou trabalhos com base no Inquérito ISACamp, bem como os resultados obtidos a partir da coorte 2008-2009 dessa pesquisa. No período da tarde, as professoras Marilisa Barros (Unicamp) e Lhaís Medina (FCA/Unicamp), abordaram aspectos do Inquérito ISACamp 2022-2024. A apresentação foi seguida de discussão sobre a produção e as perspectivas do Projeto Temático, objeto do evento realizado na Unicamp.



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