Os calouros dos cursos de Medicina e Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e os calouros do curso de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem (FENF) da Unicamp participaram de duas atividades de acolhimento especialmente preparadas pela Câmara de Graduação da faculdade. A primeira atividade de integração entre os cursos aconteceu no dia 27 de fevereiro, no auditório da FCM, com a palestra “Os desafios do profissional da saúde no tempo presente”, do professor da Faculdade Getúlio Vargas (FGV), Cláudio Luis Carvalho Larieira.

A diretora da Faculdade de Enfermagem Maria Isabel Pedreira de Freitas resaltou em seu discurso de boas-vindas que os novos alunos passam a ser co-responsáveis em ajudar a melhorar o funcionamento do Sistema único de Saúde (SUS) – uma conquista da população do Brasil. “Somos todos responsáveis pela credibilidade do atendimento pelo SUS”, disse Isabel.

O diretor da FCM, Ivan Felizardo Contrera Toro, parabenizou os ingressantes e disse que eles já fazem parte da história da faculdade. Ivan afirmou que a Saúde é multidisciplinar e que nenhuma área é mais importante que outra. “Nós somos um time coeso. O que existe de mais importante é o paciente. Aproveitem a convivência para troca de conhecimento”, reforçou.

Aula magna
A segunda atividade aconteceu no dia 2 de março, às 18h30, também no auditório da FCM, com a aula magna proferida pelo professor colaborador e ex-aluno da segunda turma do curso de Medicina, o médico obstetra João Luiz de Carvalho Pinto e Silva. A aula magna foi acompanhada pelos pais dos calouros. Samuel Ferreira da Silva, pai da caloura Sara Martins Ferreira da Silva, discursou em nome dos pais e elogiou a faculdade e os veteranos pelo acolhimento.

“Ficamos impactados com a recepção que nossos filhos tiveram na Unicamp. Eles foram honrados e bem tratados. Foi tudo bem organizado e bem feito. Vocês estão de parabéns, principalmente aos veteranos. Isso marcou nossas vidas. Deixamos nossos filhos aqui, com tranquilidade. Conclamo os novos calouros a seguirem o exemplo dos veteranos”, disse, emocionado, Samuel.

Seguindo a emoção da noite, o médico João Luiz de Carvalho Pinto e Silva começou a sua aula com voz embargada. E lembrou de uma frase de seu pai. “Se você não se emocionar cada vez que for dar uma aula, é melhor nem continuar”. Aluno da segunda turma de Medicina, João Luiz sabe como poucos a história da faculdade e a história da Unicamp. A FCM precedeu em três anos a fundação da Unicamp. Partindo de 1940, quando se começou a luta pela instalação de uma faculdade de Medicina em Campinas, o médico formado pela FCM resgatou fotos antigas, recortes de jornal e misturou tudo com sua vivência desde 1964 até os dias atuais.

João Luiz lembrou que se levou 50 anos para a FCM atingir o grau de excelência que lhe confere uma posição privilegiada entre as melhores faculdades do Brasil. Como contraponto, o médico da Unicamp criticou o aumento rápido e excessivo de escolas médicas no país.  Somente na última década, comentou, foram criadas mais escolas de Medicina do Brasil do que nos primeiros 500 anos de história do Brasil. “Estamos chegando a 247 faculdades de Medicina no Brasil, um número muito superior ao da China e dos Estados Unidos. A maioria é particular e sem estrutura. Isto não resolve a falta de médicos no nosso país”, disse.

Para os estudantes, João Luiz deixou uma mensagem e um desafio: “Vocês escolheram trabalhar na saúde, vocês escolheram uma profissão muito bonita. Vocês tem um longo caminho pela frente. A nossa profissão não é melhor do que as outras, mas ela é diferente. Nós trabalhamos com pessoas. Precisamos saber cuidar e respeitar as pessoas. Se vocês não gostarem de pessoas, desistam, ainda está em tempo. Senão, esperamos contar com vocês. Nossa expectativa é grande. Parabéns”, concluiu.