Pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), da Faculdade de Enfermagem (FEnf), da Universidade de Nebraska, Estados Unidos, e da empresa brasileira de biotecnologia Rheabiotech reuniram-se no mês de julho, na Unicamp, para formulação de proposta de pesquisa para o desenvolvimento de um anticorpo monoclonal para o tratamento de feridas.

Participaram do encontro Bill Velander, professor da Universidade de Nebraska, Eliana Araújo, da FEnf, Licio Velloso, da FCM e coordenador do Cepid-OCRC e Fernanda Rojas, sócia-proprietária da empresa Rheabiotech.

De acordo com Eliana Araújo, o anticorpo monoclonal apresenta a capacidade de ligar-se a uma proteína específica da membrana celular e, desta forma, inibi-la. Velander e colaboradores identificaram um alvo-terapêutico importante para o tratamento de feridas, o qual os pesquisadores brasileiros pretendem utilizar por meio dessa tecnologia.

“Esse tratamento, caso viável, beneficiaria inúmeras pessoas com feridas em geral, como as de membros inferiores, lesões por pressão, além das feridas cirúrgicas ou por traumas”, explicou Eliana.

Velander tem ampla experiência em desenvolvimento de fármacos biológicos a partir de expressão transgênica. Ele foi um dos pioneiros na produção de fibrinogênio recombinante. A Rheabiotech é uma das primeiras empresas brasileiras a produzir anticorpos policlonais e monoclonais.

Velander volta à Unicamp no mês de novembro, para intensificar as discussões e a colaboração entre os grupos de pesquisa. Os projetos de pesquisa e inovação estão sendo conduzidos pelo Cepid-OCRC no âmbito da chamada Fapesp-NIH. A empresa Rheabiotech, nascida na Unicamp, também tem um projeto dentro do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE-FAPESP).

"O Cepid-OCRC tem grande honra em receber a visita do pesquisador Bill Velander. A proposta de parceria na área de feridas é muito importante, pois pacientes obesos, diabéticos e hipertensos tem grande propensão a desenvolver úlceras de membros inferiores, difíceis de serem resolvidas. A parceria tem grande potencial para desenvolver novas abordagens terapêuticas para estes tipos de feridas", concluiu Licio.