Foi realizado no dia 29 de setembro, em plataforma on-line, o 1° Colóquio Bilíngue e Saúde: Bilinguismo para surdos e acessibilidade Linguística. O evento teve entre os organizadores, o Grupo de Trabalho Fonoaudiologia Bilíngue e Saúde do Comitê de Língua de Sinais e Bilinguismo para Surdos da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), atualmente coordenado pela fonoaudióloga do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel de Oliveira Porto” da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Priscila Mara Ventura Amorim Silva.

Segundo explicou Priscila o evento foi promovido tendo em vista as comemorações do Setembro Azul, de visibilidade da pessoa surda, e a importância de se discutir as demandas e especificidades das necessidades das pessoas surdas e seus direitos linguísticos em todas as esferas da sociedade e nas mais variadas formas de inserção dessa pessoa.

“Precisamos sensibilizar a sociedade e os profissionais da área da saúde sobre a singularidade da pessoa surda e a importância da acessibilidade linguística. Ressalta-se que o direito à quebra de barreiras comunicacionais consta na Lei de Libras (10.436/2002) e Lei Brasileira de Inclusão (13.146/2015), que assegura às pessoas surdas o direito ao uso da Língua Brasileira de Sinais como sua primeira língua e a língua portuguesa como segunda, assim como o acesso à informação quando a pessoa surda for oralizada e falante da língua portuguesa”, disse.

Considerando que os profissionais de saúde têm a responsabilidade do diagnóstico e encaminhamento dos pacientes, no sentido de desenvolver formas adequadas de interação com o mundo social, a programação do colóquio promoveu discussões sobre condutas efetivas para as tomadas de decisão que compreendam as pessoas e suas formas de ser no cotidiano, e sobre a adoção de medidas que fortaleçam políticas públicas que garantam o acesso aos diretos dos cidadão, em especial, o direito à acessibilidade linguística para as pessoas surdas.

Mediada por Desirée de Vit Begrow, professora do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Bahia e vice-coordenadora do Comitê de Língua de Sinais e Bilinguismo para Surdo, a mesa intitulada “Fonoaudiologia e Surdez” teve como objetivo, promover uma reflexão necessária sobre as interações entre a fonoaudiologia e a surdez. Entre as convidadas, a professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Sylvia Lia Grespan Neves; a professora da Universidade de Aveiro (Coimbra), Isabel Maria Monteiro da Costa; e a professora titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e coordenadora do Comitê de Língua de Sinais e Bilinguismo para Surdos, Maria Cecília de Moura. Maria Cecília de Moura.

A mesa denominada “A pessoa surda a partir de diferentes perspectivas” teve como objetivo, fomentar um diálogo relevante sobre o surdo e suas diferentes identidades e o lugar do discurso médico sobre a surdez na atualidade. A sessão foi mediada pela docente do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação da FCM, Ivani Rodrigues Silva e teve como convidados, o oficial judiciário do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Rogério Soares Guida; o professor do Departamento de Linguística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Felipe Venâncio Barbosa; e o professor Adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Osmar Mesquita de Sousa Neto.

A terceira mesa da programação, denominada “Singularidades linguísticas das pessoas surdas” teve como objetivo, promover a conversa urgente sobre a acessibilidade linguística, que podem ter se agravado pela situação da COVID 19. A sessão foi mediada pela professora do Centro de Linguagem e Comunicação da PUC Campinas, Cássia Sígolo. E teve como participantes: a médica veterinária da Vigilância Sanitária da Prefeitura de Sumaré, Viviane Vinkauskas Gerônimo; a professora assistente do Departamento de Ciências Humanas e Educação da Universidade Federal de São Carlos, Daniele Silva Rocha; e a arquiteta da Companhia de Habitação Popular de Campinas, Thais Carneiro de Mendonça Gomes.

Por último, a mesa “Nada sobre Nós sem nós” teve como objetivo, a reflexão sobre os trabalhos e os lugares de representatividade ocupados pelos surdos. Coordenada por Priscila Amorim Silva, a sessão teve como participantes, a professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Shirley Vilhalva; o professor da Escola Especial para Crianças Surdas, da Fundação de Rotarianos de São Paulo, Alexandre Jurado Melendez; a presidente da Associação de Surdos de Campinas, Mônica Azevedo; e as instrutoras de Língua Brasileira de Sinais do Cepre da FCM, Rosemeire Aparecida Antunes Desidério e Luciana Aguera Rosa.  
 

Assista a íntegra do evento, abaixo.