Coletivo Quilombo Ubuntu, presente! A sala de aula deve ser um reflexo da população brasileira
Publicado por: Camila Delmondes
19 de novembro de 2021

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“Se a sociedade brasileira é constituída por entre 53%-57% de cidadãos negros, então a sala de aula deve refletir essa característica e as cotas raciais adotadas pela Unicamp é uma alternativa que contribui com essa pauta”, comentou o estudante do 2º ano do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Weslley Batalha Silva, membro do Coletivo Quilombo Ubuntu, em relação à diversidade racial no âmbito universitário, no contexto das celebrações do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.

Criado em 2020, um ano após a adoção das cotas raciais na Unicamp, o Coletivo Quilombo Ubuntu atua na discussão e defesa de pautas dos estudantes negros do curso de Medicina da FCM, a partir de reuniões formativas e de ações de acolhimento e engajamento. “É muito importante que alunes negros conquistem cada vez mais espaço na universidade, sobretudo em cursos culturalmente mais elitizados e reservados a uma minoria privilegiada”, pontuou o estudante.

Dados reunidos pelo Coletivo Quilombo Ubuntu após a adoção das cotas raciais na Unicamp mostram o avanço da diversidade também no curso de Medicina. “Observamos que as turmas 52, 53 e 54, juntas, somam aproximadamente 100 a 150 alunes negros. Esse valor, provavelmente, já é maior do que o número total de alunes negros que passaram pelo curso de Medicina da FCM em toda a sua história até a implantação do sistema de cotas raciais, em 2019”.

Para o discente da FCM, membro do Coletivo Quilombo Ubuntu, o Dia da Consciência Negra é uma oportunidade para que as pessoas façam a devida reflexão sobre a escravidão dos negros no Brasil. “A segregação sofrida pelo povo negro ainda nos períodos Colonial, de Império e República vem se arrastando ao longo dos séculos, obrigando a população negra, desassistida pelo Estado, a lidar com toda sorte de violência, inclusive do ponto de vista educacional, dificultando os negros a frequentarem boas escolas e universidades ou mesmo forçando-os à evasão”, comentou o estudante.



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