Cármino Antônio de Souza assume presidência do Conselho Curador da Fundação Butantan
Publicado por: Camila Delmondes
27 de fevereiro de 2023

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O médico hematologista Cármino Antônio de Souza assume presidência do Conselho Curador da Fundação Butantan para mandato de quatro anos/Foto: Camila Delmondes

Docente do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, o médico hematologista Cármino Antônio de Souza foi empossado, no dia 9 de fevereiro, presidente do Conselho Curador da Fundação Butantan, para o mandato de quatro anos. Em 2022, o Conselho passou por reformulação, com vistas a fortalecer o aspecto acadêmico, científico e tecnológico da Fundação que apoia as atividades do Instituto Butantan – uma das instituições científicas mais importantes do país.

Em sua nova composição, o Conselho Curador da Fundação Butantan, além de contar com representantes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do próprio Instituto Butantan, também dá assento às universidades paulistas, com representantes da Universidade de São Paulo (USP), dos campi de São Paulo e Ribeirão Preto, Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (Unesp), e Unicamp. Cármino de Souza foi indicado pela Unicamp, tendo como suplente outro docente da FCM, o médico radiologista Celso Dario Ramos.

“No momento presente estamos olhando para frente, com todo o nosso parque fabril e suas possibilidades. Estamos falando sobre a produção, muito proximamente, de vacinas para chikungunya e dengue, e de imunobiológicos como anticorpos monoclonais do antiCD-20, muito utilizados no tratamento de cânceres hematológicos e doenças autoimunes”, disse Cármino sobre a nova configuração da entidade.

Ao falar sobre as possibilidades de interação das universidades paulistas com o Instituto Butantan, Cármino citou como exemplo, a participação da USP e da Unicamp em um projeto pioneiro no país para o tratamento do câncer, utilizando a terapia genética denominada CAR-T Cell, em que as células de defesa são retiradas dos próprios pacientes, geneticamente modificadas e reintroduzidas na circulação sanguínea com maior capacidade de enfrentamento do tumor. Todo esse processo é realizado em duas fábricas, sendo uma delas na USP, em São Paulo, e outra em Ribeirão Preto, no interior paulista.

Ao comentar sobre a importância do Butantan para estado de São Paulo e também para o país, Cármino de Souza falou sobre a destacada atuação Instituto no enfrentamento da Covid-19, desde o respaldo dado na realização de diagnósticos, à compra de respiradores durante o momento mais crítico de falta desses equipamentos no mercado nacional e internacional, e, sobretudo, no desenvolvimento da vacina CoronaVac, a primeira a ser aplicada no Brasil.

“Com 122 anos de existência, o Instituto Butantan participou de todos os enfrentamentos de pandemias que ocorreram no Brasil, a partir da atuação de pesquisadores como Oswaldo Cruz, Vital Brasil e tantos outros célebres cientistas. Sobretudo na Covid-19, a atuação do Butantan ficou visível à sociedade, em função do trabalho extraordinário que o Instituto prestou ao país. Os primeiros 50 milhões de brasileiros mais vulneráveis à infecção pelo coronavírus à época (idosos, pacientes imunossuprimidos e profissionais de saúde) foram vacinados com a CoronaVac”, destacou.

Passado o período pandêmico e agora na presidência do Conselho Curador, Cármino de Souza fala sobre necessidade de retomada do protagonismo brasileiro em seu programa de vacinação, que, dada a enormidade de fake news contra a ciência, desencadeou o sentimento de desconfiança da população em relação à eficácia dos imunizantes. “O Brasil sempre foi um exemplo em seu sistema de vacinação. Infelizmente, nos últimos anos, perdemos um percentual muito elevado da nossa cobertura vacinal. Nosso percentual de vacinação está baixo. Já tivemos surtos recentes de sarampo. E, na atualidade, vivemos o risco de reintrodução da poliomielite”, comentou.



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