Aconteceu no dia 23 de setembro, em Campinas, o I Seminário de Saúde Auditiva: tecendo redes, desfazendo nós. Realizado por docentes, pesquisadores e profissionais da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e Pontifícia Universidade Católica (PUC-Campinas) – com apoio da Fapesp e Prefeitura de Campinas – o evento reuniu gestores, profissionais de saúde e usuários da rede SUS e rede conveniada.

Membro da Comissão Organizadora do evento, também representando um grupo de pesquisadores que desenvolve a pesquisa “Análise de um Centro de Reabilitação Auditiva: os usuários, trabalhadores e gestores como guias”, a docente do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação (DDHR) da FCM, Núbia Vianna, falou sobre o contexto de realização do evento, que nasceu de uma inquietação da própria pesquisadora com o tema.

“Algumas reflexões foram desencadeadas a partir da nossa inserção no Observatório de Políticas Públicas Microvetorial em Saúde e Educação em Saúde. Tal coletivo envolve uma ampla rede de pesquisadores e instituições de ensino, sob a coordenação do professor Emerson Elias Merhy, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – que em 2019 começou a desenvolver uma pesquisa que se propunha a analisar o processo de implantação da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência nas cinco regiões do país. Como parte desse grupo, propus um braço dessa pesquisa aqui em Campinas, daí o desafio e a necessidade de envolver outros atores sociais, entre os quais, a Prefeitura de Campinas”, contou a docente da FCM, que na atualidade coordena na cidade um grupo de 13 pessoas entre professores, trabalhadores, e estudantes da Unicamp e PUC-Campinas.

Carlos Sauer do Departamento de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, representando Secretário de Saúde do município, Lair Zambon, parabenizou a iniciativa encabeçada pela docente da FCM, de fomentar a aproximação de diversos profissionais, entidades e iniciativas visando à resolução de questões relacionadas à saúde auditiva da população.

“Como gestor público, consigo vislumbrar a possibilidade da plena aplicação da Lei 8080, que garante o acesso de todos os brasileiros à Saúde. E não apenas desta, como também da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146) e, finalmente, da Lei de 10.436, de 2002, que define a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão dos surdos”, parabenizou.

Também compuseram a mesa de abertura, a enfermeira Aline Braga, representando a diretora de Enfermagem do Hospital da PUC-Campinas, Ana Luiza Ferreira Meres;  o professor da PUC-Campinas, Mário Edvin Greters, representando o diretor do Centro de Ciência da Cida da PUC-Campinas, José Gonzaga Teixeira de Camargo; a coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisa em Reabilitação Prof. Dr. Gabriel O.S. Porto da FCM, Maria Fernanda Bagarollo, na ocasião, também representando a chefe do DDHR da FCM, Adriana Laplane; e David Brandão Cecílio, membro do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Campinas.

O I Seminário de Saúde Auditiva de Campinas: tecendo redes, desfazendo nós contou com as palestras: A Saúde Auditiva na rede SUS Campinas, por Núbia Vianna; Saúde e Redes Vivas no Cuidado ao Usuário com Perda Auditiva, por Emerson Elias Merhy; e Desafios e Potencialidades de Ser Pessoa Surda, por João Pedro Acciari, artista surdo. Durante a programação, os participantes também foram divididos em Grupos de Trabalho para discussão de temas específicos.