Depois de realizar o seu Planejamento Estratégico 2016-2020 (Planes), a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp passou a contar, espontaneamente, com o planejamento de suas áreas, departamentos e núcleos subordinados. Em fevereiro, o Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel O. S. Porto” (Cepre) fez uso da metodologia. Agora é a vez da Biblioteca da FCM delinear estratégias de trabalho visando o futuro. A programação aconteceu na última quinta e sexta-feira, 11 e 12 de agosto.

A Biblioteca da FCM é uma das 28 bibliotecas que compõem o Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU). A unidade conta com um acervo de cerca de 18 mil livros e 593 assinaturas de periódicos correntes; e atende toda a comunidade universitária, além de pesquisadores de outras instituições, públicas e particulares, através de sistema de comutação bibliográfica (COMUT), Projeto LigDoc (Interligação de Bibliotecas para trocas de documentos - âmbito nacional e internacional) e serviços de empréstimos entre bibliotecas (EEB).

Durante a mesa de abertura do encontro, a coordenadora do Sistema de Bibliotecas da Unicamp Regiane Alcântara Bracchi discorreu sobre o papel da biblioteca e das novas tecnologias, em atender uma necessidade antiga da humanidade, que é o registro do conhecimento. “O homem sempre buscou formas de registrar o conhecimento, deixar a sua marca e impressão sobre aquilo que viu e conheceu. A própria ciência é uma atividade social, feita a partir do que o outro já desenvolveu”, explicou.

Para quem pensa que a internet minou o papel das bibliotecas no cuidado e armazenamento de informações, Regiane lembra que nem 10% de tudo o que é produzido em termos de conhecimento científico validado está na plataforma.  “A informação é pública, mas não é gratuita” – afirmou – lembrando que somente em 2016, a Unicamp investiu aproximadamente 18 milhões de reais em fontes de pesquisa. Do total investido, 5% foram destinados à aquisição de materiais impressos, como livros. Os demais 95% foram direcionados ao acesso à base de dados e periódicos eletrônicos.

“Precisamos ou não mudar a forma como trabalhávamos no passado?” – questionou Regiane sobre o papel das diversas bibliotecas na atualidade, não mais restrito à ideia de manutenção de acervos, sejam eles, físicos, virtuais ou eletrônicos. “O papel da biblioteca do futuro será aquela que possibilitará aos usuários, experiências para que eles possam produzir conhecimento” – afirmou – acrescentando que “o planejamento é uma ferramenta de gestão essencial, tendo em vista que a maneira como usamos e acessamos o conhecimento alterou-se de maneira irreversível nos últimos anos”.

Para o professor Marcos Tadeu Nolasco da Silva, coordenador da Comissão da Biblioteca da FCM, a sociedade como um todo vive tempos de mudança, em que se observa a rápida transposição da informação do suporte físico para o suporte digital. “Essa mudança fez com que a biblioteca fosse até os usuários. Atualmente, o número de pessoas conectadas às bases de dados fornecidas pelo SBU, via VPN ou online, ultrapassa, exponencialmente, o número de pessoas que estão fisicamente nos prédios das bibliotecas”, destacou.

Planes

“O Planejamento Estratégico realizado pela FCM pode e deve ser replicado nas diversas unidades subordinadas”.  Em sua fala, o diretor da FCM, Ivan Felizardo ContreraToro, reforçou o interesse da direção pelo método de construção coletiva que envolve toda a comunidade. “Acreditamos que o Planes é uma maneira democrática das decisões acontecerem e do futuro ser planejado. Temos uma meta de melhoria, de médio prazo, de todo o complexo da saúde”, lembrou o diretor.

Assim como na FCM e Cepre, o Planes da Biblioteca da FCM foi composto pelas fases de elaboração, execução e avaliação dos resultados. A programação foi dividida em oficinas de trabalho e contou com a coordenação das orientadoras metodológicas Eneida Rached Campos, da FCM, e Maria Bernadete de Barros Piazzon, da Diretoria Geral de Recurso Humanos (DGRH) da Unicamp.

O Planes da Biblioteca da FCM também seguiu as metodologias de planejamento estratégico, conhecidas por Future Search (Busca de Futuro), Planejamento Situacional e Balanced Score Card (BSC). A mesma metodologia já foi aplicada nos Planes realizados na FCM, Cepre e Departamentos de Pediatria e Tocoginecologia da FCM, Cecom, AME Limeira, Programa Viva Mais, Hospital de Divinolândia, DGRH, DedIC e SBU.

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