Anestésicos potencializam bloqueador neuromuscular, revela pesquisa
Publicado por: Camila Delmondes
01 de dezembro de 2015

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Existem evidências de que os bloqueadores neuromusculares utilizados em anestesia geral podem ter seus efeitos potencializados pelos anestésicos locais, empregados em anestesia regional (peridural ou raquianestesia) e, portanto, pacientes submetidos a anestesia combinada (geral mais anestesia regional) devem ser monitorados com monitor de transmissão neuromuscular para se evitar complicações pós-operatórias.

 Foi isto que a professora Angélica de Fátima de Assunção Braga observou nos estudos “in vitro” feitos em ratos. A pesquisa foi realizada nos Departamentos de Anestesiologia e Farmacologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e resultou no artigo “Influência de anestésicos locais sobre o bloqueio neuromuscular produzido pelo rocurônio. Ação da lidocaína e da mistura enantiomérica em excesso de 50% de bupivacaína na junção neurovascular”.

 

De acordo com a pesquisadora, os bloqueadores neuromusculares constituem um grupo de drogas que proporcionam relaxamento muscular, adequado para realizar manobras de laringoscopia, entubação traqueal e o ato cirúrgico. Um dos mais conhecidos e utilizados na prática clínica é o rocurônio. Os anestésicos locais frequentemente utilizados são a lidocaína, a bupivacaína e a mistura enâtiomérica em excesso de 50% de bupivacaína, um anestésico genuinamente brasileiro.

 

Nos testes realizados em preparação diafragma de rato foi aplicado, isoladamente, os dois anestésicos locais (lido e mistura) e o rocurônio, para ver seus efeitos na resposta musculares. Em outras preparações, foram aplicados a associação anestésico local e bloqueador neuromuscular, o rocurônio.

 

“Observamos que os medicamentos interagem e o anestésico local potencializa o efeito do bloqueador neuromuscular. Sabendo desta interação, eu posso usar uma quantidade menor de bloqueador neuromuscular e evitar problemas pós-operatórios, além de diminuir custos. Isto serve de alerta para todos os anestesiologistas que devem monitorar seus pacientes”, disse a pesquisadora.

 

O artigo foi publicado na edição de novembro-dezembro de 2009 da Revista Brasileira de Anestesiologia e foi considerado pela Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (SAESP) o melhor artigo científico do ano. O prêmio foi entregue na sexta-feira (17) durante a abertura da 44ª. Jornada Paulista de Anestesiologia (JOPA) que aconteceu em Ribeirão Preto. A pesquisa contou com a participação de Vanessa Henriques Carvalho, Franklin Sarmento da Silva Braga, Léa Rodrigues-Simioni, Yolanda Christina S. Loyola e Glória Braga Potério.

 Texto: Edimilson Montalti



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