A Associação de Ex-alunos e Amigos (Alumni) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp promoveu, na última sexta-feira (2), o lançamento do livro “Achados & perdidos”, de Lu Narbot. A obra contém memórias da médica formada na 2ª Turma de Medicina da Unicamp, incluindo um episódio que ocorreu na Universidade. O evento ocorreu no Espaço das Artes da FCM.

Lançado pela editora Iluminatta, o livro foi escrito como uma lembrança para suas filhas. “A obra contém alguma coisa da minha família e também da Unicamp, porque fez parte da minha vida. É um livro muito despretensioso, ingênuo, com histórias do passado e coisas que as pessoas nem sabem mais que existem”, contou Lu, destacando a importância de manter os registros, uma vez que alguns de seus colegas de 2ª turma de Medicina já se foram.

Gustavo Fraga, diretor geral da Alumni, descobriu por meio de um colega a informação de que a aluna da 2ª turma tinha um livro de contos escrito durante a pandemia. “O período abordado no livro coincide com o surgimento da faculdade, nos anos 1960. Inclusive, há um conto sobre a inauguração da pedra fundamental da Unicamp. Então a convidamos para fazer o lançamento oficial do livro na FCM, para mostrar aos alunos a importância da Faculdade, que é justamente o que a Alumni quer deixar documentado”, disse Gustavo. Ele recordou que a obra é a segunda lançada em parceria com a Associação.

O diretor da FCM, Cláudio Coy, ressaltou que “a Alumni tem o potencial de reviver a história, bem como de contribuir bastante com os alunos da FCM”. Ele também lembrou o compromisso de a diretoria fortalecer a Associação na gestão de Curi e Fraga. “Nós tivemos o privilégio de fazer a faculdade de Medicina da Unicamp. A vida de todos os médicos que se formaram desde o início da história da FCM tem passagens incríveis. A Lúcia está ajudando a compartilhar um pouco dessa história hoje”, declarou Jorge Curi, presidente da Alumni.

A autora também lembrou a importância do contexto da época. Sua turma contava com 61 alunos, sendo apenas 10 mulheres. Além disso, segunda a médica, sua república foi a primeira feminina de Campinas. “Até então só existiam pensionatos, que não atendiam ao público da Medicina, já que nossas aulas terminavam em horários diversos”, disse, lembrando que sua graduação se deu no início dos anos de chumbo da Ditadura Militar, em 1964. A médica fez, ainda, residência em Dermatologia na Santa Casa, para depois atuar em consultório.

Leia o trecho em que a autora lembra a inauguração da pedra fundamental da Unicamp, em 1966, evento que reuniu autoridades como o então presidente Castello Branco, o governador Laudo Natel, bem como os estudantes da Unicamp, que na época estudavam na Santa Casa de  Campinas.

“Eis que de repente vemos um dos alunos, muito à vontade, aproximar-se do Presidente e passar-lhe o braço pelo ombro, na maior intimidade, para nosso assombro, medo, mas também divertimento. Não houve nenhum movimento da segurança para afastar o rapaz”.

Apoio na realização de eventos

O evento de lançamento do livro Achados & Perdidos contou com coffee break para o público presente, patrocinado pela gestora de negócios imobiliários Diomar Benites.