No dia 17 de outubro, alunos da 19ª Turma de Medicina estiveram reunidos na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp para uma missão muito especial: plantar uma nova muda descendente da Árvore Plana de Hipócrates (Platano orientalis) em comemoração ao aniversário de 34 anos de formatura. O evento ao ar livre, leve e descontraído, foi acompanhando pelo diretor associado da FCM, Cláudio Saddy Rodrigues Coy.

A muda plantada na FCM é descendente da original ‘Árvore Plana de Hipócrates’. Conta a tradição, que era comum encontrar o médico grego Hipócrates – considerado o pai de Medicina moderna – ensinando à sombra do plátano que existe até hoje, na ilha de Kos, e que conta com mais de 500 anos de idade.

 “Quando eu me mudei para os EUA, na década de 1990, comecei a trabalhar na faculdade de Medicina da Universidade de Utah, que tinha uma árvore descendente da árvore de Hipócrates original, plantada em maio de 1975. Ver a árvore todos os dias, no caminho para o trabalho, era um estímulo constante”, contou o egresso da 19ª Turma de Medicina, Omar Sergio Caticha Alfonso.

Segundo explicou Caticha, apesar de ter vivido cerca de 400 anos antes de Cristo, alguns dos ensinamentos de Hipócrates permanecem atuais até a atualidade. Palavras comuns na literatura médica, tais quais, ‘endêmica, epidêmica, crônica, aguda’ foram cunhadas pelo médico e filósofo grego.

“A ideia de que você fica doente pela relação que você estabelece com o meio ambiente, muito em voga na atualidade e que hoje compreendemos como a história clínica do paciente, também já era algo preconizado por Hipócrates, no passado”, disse.

Ao longo dos anos, Caticha coletou e enviou aos colegas de turma cerca de 500 sementes árvore de Hipócrates da Universidade de Utah. A muda plantada na FCM foi a única semente que germinou, graças ao empenho do médico Murilo Alexandre Carmona, um apaixonado pela natureza.

“Temos muito orgulho e cuidado com a árvore que plantamos na FCM em comemoração ao aniversário de 34 anos da nossa turma. Que ela possa frutificar”, disse Murilo, em analogia à centena de médicos formados pela FCM da Unicamp, todos os anos, desde 1963.