Silvia Brandalise receberá o prêmio Personalidade do Ano da Saúde
Publicado por: Camila Delmondes
01 de dezembro de 2015

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A pediatra oncohematologista Silvia Brandalise, presidente do Centro Infantil Boldrini, receberá o Prêmio Personalidade do Ano na Área da Saúde – Hospitalar 2012, por sua atuação no tratamento de crianças e adolescentes com câncer ou doenças do sangue.

O prêmio, instituído em 2005, é conferido por entidades e organizações do setor da saúde do Brasil àqueles que se destacaram por seu relevante trabalho na área da saúde. A homenagem à doutora Silvia Brandalise será durante jantar no dia 23 de maio, no espaço de eventos O Leopolldo, na capital paulista, com a presença de 400 convidados, incluindo lideranças do setor da saúde do Brasil.

A médica Silvia Brandalise há 34 anos dedica-se ao tratamento do câncer infantil e doenças hematológicas. Pioneira no Brasil ao fundar em 1978, na cidade de Campinas (SP), o Centro Infantil Boldrini, primeiro hospital especializado em câncer pediátrico da América Latina, com completa infraestrutura para diagnóstico, tratamento multiprofissional, quimioterápico, radioterápico, cirurgia, reabilitação, transplante de medula óssea e cuidados paliativos, além de ser Centro de Ensino e Pesquisa voltados para essas especialidades.

Há 32 anos a doutora Silvia Brandalise implantou e coordena até hoje o Protocolo Brasileiro de Tratamento da Leucemia Linfoide Aguda da Criança. Ela publicou 71 artigos em periódicos especializados em Onco-hematologia pediátrica como autora e/ou co-autora, e 1.537 trabalhos em anais de congressos nacionais e internacionais.

 Um deles, em 2009, na revista científica Journal of Clinical Oncology, com uma proposta brasileira de modificação da terapia desse tipo de leucemia, com excelentes resultados de sobrevida, menores taxas de efeitos colaterais (toxicidades) e maior aderência ao tratamento. Esse modelo está sendo objeto de novo estudo do Children's Oncology Group. Mais recentemente, em 2011, a revista Nature, publicou trabalho do seu grupo de Biologia Molecular, sobre a leucemia T, demonstrando, de modo pioneiro, o papel do PTEN e da IL7 na etiopatogenia dessa doença.

Recebeu 85 prêmios, homenagens e reconhecimentos no Brasil e no exterior. Descobridora de doença que leva seu nome: Síndrome Brandalise, homenagem prestada pelo doutor Jon Pritchard, do Hospital de Londres Great Ormond Street Hospital for Children.  

Em dedicação exclusiva à Pediatria, fundou o Boldrini junto com o Clube das Ladies de Campinas, e construiu o hospital com auxílio de doações da Sociedade campineira, para oferecer cuidado médico da mais alta qualidade, com tecnologia avançada, com enfoque multiprofissional, sem restrição da demanda, às crianças e adolescentes com o diagnóstico de câncer ou doença sanguínea. Assim surgiu o Centro Boldrini e foi implantado o primeiro Protocolo Brasileiro de tratamento da LLA, que modificou a história dessa leucemia no Brasil: de menos 5% de cura (antes de 1978), passou a 70%-80% de cura nos dias de hoje.

De maneira inovadora no Brasil, o Serviço de Biologia Molecular do Boldrini implantou há cerca de um ano a tecnologia da Doença Residual Mínima, pelo método do PCR em tempo Real, que permitirá ajustar a terapia para mais ou diminuí-la, dependendo da avaliação da resposta por esse sofisticado teste laboratorial. Esses exames são utilizados indistintamente para todos os pacientes, gratuitamente. Curar com menor sequela e toxicidade é o objetivo.

Fundadora do Cipoi (Centro Integrado de Pesquisas Oncohematológicas) da Unicamp em Campinas, há 20 anos implantou o Programa de Triagem Neonatal, a partir de uma lei municipal, com a realização do exame do pezinho para diagnóstico precoce da anemia falciforme. Cerca de 4 mil bebês da macrorregião de Campinas passam mensalmente por esse teste. Em parceria com a Unicamp, o Boldrini atende os pacientes com doença falciforme desde o nascimento e faz o seguimento até a vida adulta. Em Campinas, fundou o primeiro Centro Abrangente de Atenção ao paciente portador de doença falciforme do Brasil.

Na chefia do serviço de hematologia e oncologia pediátrica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, a doutora Silvia Brandalise encontra no mundo acadêmico e de pesquisa os ingredientes importantes para os resultados promissores dessa nova tarefa: disseminar conhecimentos e novas tecnologias na área do câncer da criança e do adolescente não somente ao Brasil, mas em outros países da América do Sul e América Central.

A doutora Silvia Brandalise se destaca na área da leucemia da criança, fundou e dirige a Sociedade Latino-Americana de Oncologia Pediátrica (Slaop). Desde 2008 a doutora Silvia integra um grupo internacional de pesquisas na Organização Mundial da Saúde OMS, onde discute políticas públicas de prevenção e controle do câncer da criança e do adolescente. Ela integra equipe de pesquisadores envolvidos em projetos sobre o impacto de pesticidas e a relação desses produtos com a incidência de câncer infantil; sobre relação da idade dos pais com a doença; sobre aspectos éticos e políticas de estudos relacionados ao assunto, e sobre leucopenias e aplasias de medula. A doutora Silvia é membro do International Childhood Cancer Consortium (I4CCC), liderado pelos Estados Unidos (NCI/NIH), Austrália, Inglaterra e China.

No final de 2011, a doutora Silvia Brandalise foi eleita como presidente da Sociedade Internacional de Oncologia Pediátrica (Siop) para a América Latina. No início de maio, nos Estados Unidos, a oncologista Silvia foi conduzida ao cargo de Presidente Internacional da Sociedade Americana de Hematologia e Oncologia Pediátrica (ASPHO). O modelo de atendimento multiprofissional realizado no Boldrini ao portador de anemia falciforme chamou a atenção dos especialistas norte-americanos pela qualidade.

 BOLDRINI

O Centro Infantil Boldrini atua há 34 anos no cuidado da criança e do adolescente com câncer ou doença hematológica. É referência latino-americana no cuidado integral a esses pacientes portadores de doenças tão graves. Atualmente, trata cerca de 7 mil pacientes do Brasil e alguns de países da América Latina, a maioria (80%) via Sistema Único de Saúde (SUS), sem nenhum custo para a família. É considerado um dos centros mais avançados do país, que reúne alta tecnologia em diagnóstico e tratamento especializado, com índice de cura de 70% a 80% em alguns tipos de câncer.

A importância do hospital pode ser verificada através da grandiosidade de seus números. Atualmente, o Boldrini possui 25 mil metros quadrados de construção em área de 100 mil metros quadrados eatendeu cerca de 25 mil crianças. Conta com 709 profissionais e 125 prestadores autônomos de serviços, e cerca de 400 voluntários. No ano de 2011 foram registrados 781 casos novos, sendo 479 de câncer. Foram internados 3.928 pacientes em 2011, e realizadas 61.259 consultas ambulatoriais.  

Além do atendimento especializado oferecido por médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, o hospital conta na sua equipe multidisciplinar psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e dentistas, biólogos, assistentes sociais, distribuídos em diversos setores, como as unidades de internação, centro cirúrgico, banco de sangue, laboratórios de análises clínicas, anatomia patológica, laboratórios de genética e de biologia molecular, Unidade de Terapia Intensiva, Unidade de Transplante de Medula Óssea, área de Imagem, Unidade de Radioterapia e Centro de Reabilitação.  

O hospital também se preocupa com o bem-estar dos pacientes e oferece às crianças e seus familiares a infraestrutura necessária para o sucesso do tratamento. Os pacientes contam com Brinquedoteca, Classe Hospitalar, curso de computação, biblioteca, estação para suporte de transporte e três alojamentos para pacientes e seus familiares. Toda a atenção e suporte são ofertados gratuitamente. Voluntários, pedagogas e brinquedistas trabalham juntos para que os pacientes possam tornar a permanência no hospital o mais parecido com a realidade do dia a dia.

O Centro Infantil Boldrini foi o primeiro hospital especializado do Brasil a oferecer cuidado global a pacientes pediátricos com câncer ou doenças do sangue. O hospital também foi o responsável por implantar e disseminar, de maneira pioneira no Brasil, o uso de Protocolos Terapêuticos Sistematizados para tratamento do câncer infantil. A médica oncopediatra Silvia Brandalise, presidente do Boldrini, implantou o primeiro Protocolo Nacional de Tratamento da Leucemia Linfoide na Infância, sendo responsável pela elaboração e coordenação dos novos protocolos até hoje.

 

Números Boldrini  – 2011

Consultas ambulatoriais – 61.259

Casos novos – 781 (Onco - 479)

Internações hospitalares – 3.928

Exames laboratoriais – 198.579

Exames de imagem – 16.434

Sessões de quimioterapia ambulatorial – 29.995

Sessões de radioterapia – 28.832

Cirurgias – 706



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