“Aprender trabalhando e trabalhar ensinando”: retratos da formação médica
Publicado por: Camila Delmondes
22 de dezembro de 2016

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“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas, ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. A citação é do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), e quem faz uso dela é o fotógrafo documentarista Charbel Chaves, ao mencionar o projeto “Aprender trabalhando e trabalhar ensinando”, desenvolvido pela Câmara de Ensino de Graduação da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), ao longo de 2016.

“A medicina tem que ser muito boa tecnicamente, mas não deve, em função disso, abandonar os relacionamentos humanos”, completa Charbel. Desde fevereiro desse ano, ele acompanha, voluntariamente, alunos e professores da FCM nas atividades de ensino e serviço assistencial, realizadas em unidades de saúde de Campinas e região. O objetivo principal do seu trabalho: captar, através da fotografia, a beleza existente nos diferentes cenários onde acontece a integração ensino-serviço, essencial à formação médica.

Em um primeiro momento, essa não foi uma tarefa fácil, relata Charbel, uma vez que os objetos e instalações médicas – na opinião do profissional – foram feitos para cumprir uma função operacional dos profissionais de saúde. “Entrar no ambiente médico não é como entrar em uma escola, em que há desenhos, enfeites e outros objetos que melhor explicitem a beleza”, explica.

Para encontrar o belo é preciso – de acordo com o fotógrafo – refinar o olhar. “Comecei a procurar gestos, e a focar nos relacionamentos existentes entre os alunos, professores e pacientes. Ao fazer isso, descobri um monte de coisas no dia a dia dos médicos, no serviço público, que eu não sabia. Uma das coisas que eu notei é que a relação professor-aluno é muito próxima. Não vi uma situação em que os professores não estivessem preocupados com os alunos e vice-versa, pelo contrário”, destaca.

Uma formação mais humana – acrescenta Charbel, a partir do seu olhar de fotógrafo – é aquela em que os alunos, em conjunto com seus professores e pacientes, aprendem a lidar com medos que são próprios da condição humana e que perpassam as relações estabelecidas entre eles. “O paciente pode ter medo da morte, da doença, de ficar nu na frente de alguém, ou de ter um diagnóstico ruim. O aluno tem o medo natural de fazer o diagnóstico errado, de se mostrar incapaz, o que é justo, considerando que ele está em uma escola. O professor, por sua vez, já médico formado, pode viver o medo de não ter todas as respostas”.

O resultado do trabalho realizado pelo fotógrafo Charbel Chaves ficou aberto para visitação na FCM, de 16 a 24 de novembro. Nas imagens, também disponíveis na página da graduação no site da faculdade, é possível observar momentos de aprendizado dos alunos. Momentos esses, adquiridos na interação cotidiana com professores e pacientes. 



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