Introdução: O bloqueio do plano do músculo eretor da espinha (ESPB) reduz efetivamente os escores de dor em esternotomia de pacientes adultos, no entanto, não há evidências suficientes para afirmar o mesmo para crianças. Objetivo: Esta revisão sistemática e meta-análise visa avaliar a eficácia do ESPB em cirurgias cardíacas pediátricas. Métodos: Estudos que compararam ESPB versus nenhum bloqueio ou bloqueio placebo para cirurgia cardíaca pediátrica sob esternotomia foram sistematicamente buscados no Medline, Embase e Cochrane. O desfecho primário foi o consumo acumulado de opioides nas 48 horas de pós-operatório. As análises estatísticas foram realizadas com o software RStudio, na versão 1.2.1335. A heterogeneidade foi avaliada utilizando o teste Q de Cochran e estatísticas I2. A avaliação da qualidade e certeza da evidência e do risco de viés seguiram as recomendações da Cochrane. Resultados: Cinco estudos, 3 ensaios clínicos randomizados (RCT) e 2 estudos de coorte foram incluídos, totalizando 328 pacientes, dos quais 160 (48,7 ) foram submetidos ao ESPB. O ESPB demonstrou reduções significativas no consumo cumulativo de opioides por até 48 horas de pós-operatório [SMD -0,68; IC 95 -1,13 – -0,23; P<0,01], mas não demonstrou superioridade nos seguintes desfechos: náuseas e vômitos [OR 0,56; IC 95 0,25 – 1,23; p= 0,54], febre [OR 0,75; IC 95 0,24 – 2,31; p=0,58], duração da internação em unidade de terapia intensiva em horas [MD -2,42; IC 95 -5,47 – 0,64; p<0,01] e duração da internação hospitalar em dias [MD -0,87; IC 95 -2,69 – 0,96; p=0,02]. Apenas um estudo de coorte apresentou alto risco de viés. Conclusão: O ESPB potencialmente reduz a dor pós-operatória por meio de reduções significativas no consumo cumulativo de opioides por até 48 horas em pacientes pediátricos submetidos a cirurgias cardíacas.