Qualificações e defesas - Detalhes


EFETIVIDADE DE RASTREADORES NA IDENTIFICAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS (EAs) EM RECÉM-NASCIDOS (RNs) EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL (UTIN).


Candidato(a): Fabiana Bragança Albanese Trotta
Orientador(a): Patricia Moriel

Apresentação de Defesa

Curso: Ciências Médicas
Local: Anfiteatro da Pós-Graduação/FCM
Data: 04/02/2025 - 14:00
Banca avaliadora
Titulares
Patricia Moriel
Fabiana Rossi Varallo
Priscila Gava Mazzola
Suplentes
Carolina Dagli Hernandez
Marcela Forgerini

Resumo



Este estudo avaliou a efetividade de rastreadores na identificação de eventos adversos (EAs) em recém-nascidos (RNs) internados em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). A amostra foi composta por 120 RNs categorizados de acordo com idade gestacional (IG), peso ao nascer e tempo de internação. A média de IG foi de 33,6 semanas, com 45,0 classificados como prematuros extremos (RNPTE) ou moderados (RNPTM). O peso médio ao nascer foi de 2019,6 g, sendo que 77,6 apresentavam baixo peso ao nascer (≤ 2499 g). O tempo de internação variou amplamente, com média de 28,5 dias e 32,5 dos pacientes permanecendo hospitalizados por 28 dias ou mais. Metade dos pacientes apresentou ao menos um EA, e foram identificados 261, dos quais 178 foram confirmados como EA reais, resultando em um Valor Preditivo Positivo (VPP) global de 61,7 . Entre os EAs mais frequentes, destacaram-se infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) (24,2 ), uso de antimicrobianos (22,5 ) e hiperglicemia (15,2 ), seguidos por aumento na frequência das evacuações (11,2 ) e hiponatremia (7,3 ). Complicações graves como enterocolite necrosante (2,2 ) e extubação acidental (3,4 ) também foram registradas. De acordo com o sistema de classificação NAESS (2019), a maioria dos EAs foi classificada como grau 3 (grave, 57,3 ) ou grau 2 (moderado, 42,1 ). Eventos críticos, como risco à vida (grau 4) e morte (grau 5), foram menos frequentes, totalizando 4,5 . A análise de fatores associados revelou que maior IG e maior peso ao nascer foram fatores protetores contra EAs. Para cada semana adicional de IG, houve redução no risco de EAs (OR: 0,981; p = 0,0126), e o aumento no peso ao nascer também reduziu significativamente o risco (OR: 0,944; p = 0,0280). Em relação ao tempo de internação, pacientes internados por mais de 28 dias apresentaram maior probabilidade de desenvolver eventos graves (OR: 5,833; p = 0,0005).

A distribuição dos EAs variou entre os grupos de RNs Recém-Nascidos Prematuros extremos (RNPTE) tiveram maior prevalência de complicações graves, como hiponatremia (53,8 ) e extubação acidental (66,7 ). Recém-nascidos de extremo baixo peso (RNEBP) também apresentaram alta frequência de eventos, como aumento da creatinina sérica (75 ) e hiperglicemia (22,2 ). Por outro lado, recém-nascidos a termo (RNT) e com peso adequado apresentaram menos complicações e menor gravidade dos eventos. Os rastreadores demonstraram alta sensibilidade para identificar complicações críticas, como IRAS, uso de antimicrobianos e alterações metabólicas, embora apresentem limitações em relação a eventos raros, como hipercalcemia e hipernatremia, que tiveram baixo VPP. Os resultados indicam que prematuridade, baixo peso ao nascer e internações prolongadas são fatores de risco importantes para o desenvolvimento de EAs em UTINs. Além disso, os rastreadores se mostraram ferramentas úteis para monitorar e prevenir eventos graves, contribuindo para a melhoria da segurança do paciente nesse ambiente crítico. Estratégias de prevenção baseadas nesses achados podem ajudar a mitigar os riscos e otimizar os cuidados neonatais.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

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Acesso:
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