Introdução: A hidratação é uma estratégia muito utilizada na prática clínica e a nebulização é considerada uma forma de hidratação superficial. Em pesquisas anteriores, a nebulização apresenta efeitos positivos nas medidas acústicas, na qualidade vocal, na autopercepção de mulheres e homens disfônicos e não disfônicos. Objetivo: Investigar o efeito da nebulização seguida e associada ao exercício com tubo flexível na voz de mulheres após desidratação. Método: Pesquisa de caráter clínico, experimental e quantitativa. 40 mulheres entre 21 e 45 anos foram selecionadas aleatoriamente para compor um dos grupos de intervenção. O grupo controle (GC) realizou o exercício com tubo flexível (TF) imerso em 2 cm de água por 3 minutos. O grupo experimental 1 (G1) realizou a nebulização por 10 minutos seguida do TF. O grupo experimental 2 (G2) realizou a nebulização por 10 minutos associada ao TF. O grupo experimental 3 (G3) realizou apenas a nebulização por 10 minutos. Foram realizadas as medidas de tempo máximo fonatório (TMF) seguido de 10 minutos de repouso vocal. As participantes responderam a Lista de Sinais e Sintomas Vocais e a Escala de Sintomas Vocais e realizaram a gravação inicial da voz com emissão de três vogais [a] sustentadas, contagem de números, “parabéns pra você” cantado, frases do CAPE-V e leitura de um texto. Em seguida foram aplicadas as escalas para a autoavaliação do esforço vocal (Escala Analógico Visual - EAV e escala BORG CR10-Br) e para autoavaliação vocal. A gravação final da voz foi feita após a intervenção de cada grupo. Foram realizadas as seguintes análises: aerodinâmica, autopercepção do esforço vocal, autoavaliação vocal referente a mudanças e sensações vocais, acústica com índices multiparamétricos e medidas prosódico-acústicas e grau geral do julgamento perceptivoauditivo (JPA). Resultados: Os resultados foram apresentados em formato alternativo, por meio de dois artigos, e em seguida foram apresentados os resultados gerais da pesquisa. Os resultados foram analisados considerando os dados obtidos nas análises intergrupos e intragrupos. Na análise intergrupos o G2 apresentou valores significativamente maiores do que o G1 no TMF [s] pós-intervenção e valores significativamente menores do que o GC na autoavaliação do esforço vocal na EAV no momento pós-intervenção. Houve diferença significativa entre os grupos em quatorze medidas prosódico-acústicas. Na análise intragrupos G1 apresentou as seguintes mudanças significativas: aumento do TMF [z], redução do esforço na EAV e na BORG, redução das medidas acústicas AVQI, ABI e Tilt LTAS e aumento de CPPS e GNE. O G3 apresentou aumento na medida acústica Tilt LTAS. Houve diferenças significativas em doze medidas prosódico-acústicas analisadas em relação ao tipo de tarefa e tipo de intervenção. A autopercepção do esforço vocal reduziu em todos os grupos na EAV e nos grupos G1, G2 e G3 na escala BORG CR10-Br. Não houve diferença significativa em nenhuma das análises no grau geral do JPA. Conclusão: A realização da nebulização seguida do exercício com tubo flexível em mulheres após desidratação promove melhores resultados nas avaliações aerodinâmica, acústica e autopercepção do esforço vocal, porém a sua realização associada promove melhores resultados no TMF [s]. O momento ideal de realização da nebulização irá depender dos objetivos desejados com a combinação das duas técnicas.