Ritmo acelerado: construção do Programa de Atenção aos Transtornos do Espectro do Autismo entra na reta final
Na manhã dessa última quinta-feira (19), o diretor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Luiz Carlos Zeferino, visitou o campo de obras do Programa de Atenção aos Transtornos do Espectro do Autismo (PRATEA), que avança em ritmo acelerado e deve inaugurar ainda este ano. Financiado com recursos de emendas parlamentares da ordem de R$1,75 milhão de reais – lideradas pelo Deputado Federal Paulo Freire – o PRATEA será uma referência no interior paulista na capacitação professores e educadores (creches) para identificar e educar as crianças autistas, para os profissionais de Saúde no diagnóstico e tratamento dos transtornos do espectro do autismo (TEA) e para os pais interagirem adequadamente com as necessidades das crianças.
De acordo com Zeferino, as expectativas da FCM em relação ao PRATEA são as melhores, dada à necessidade de criação de um programa de referência para servir de base na construção de uma política pública para o SUS visando qualificar o cuidado da criança com TEA.
“A Unicamp, sob a liderança do professor José Aristodemo Pinotti, teve uma atuação muito importante na construção de políticas públicas para a prevenção do câncer do colo do útero, prevenção do câncer de mama, planejamento familiar, que depois convergiram para o Programa de Atenção Integral à Saúde da mulher, práticas que neste momento estão totalmente incorporadas nas ações de saúde do SUS e amplamente praticadas nas clínicas privadas”, comentou o diretor.
De acordo com a chefe do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da FCM e coordenadora do PRATEA, Eloisa Valler Celeri, a Unicamp estima cerca de 10 mil pessoas com autismo em Campinas. Somadas as cidades no entorno da Região Metropolitana da cidade, esse número sobe para cerca de 30 mil indivíduos com algum espectro desse tipo de transtorno. Nesse cenário, ela fala sobre a importância do estabelecimento diagnóstico, abordagens multiprofissionais e orientação familiar, principalmente antes do 2 anos de idade.
“É necessário que haja disseminação de informações que facilitem aos familiares, educadores e profissionais da saúde no auxílio à percepção precoce de sinais do TEA. A despeito dos avanços no reconhecimento e nas garantias legais, ainda há grande escassez de recursos de cuidado”, afirmou.
Você sabia?
Em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo e ao lançamento do PRATEA, a FCM organizou, em abril de 2019, o Simpósio sobre Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), com a participação de 50 especialistas e mais de 1.300 pessoas. Durante cinco dias, a programação temática, destinada a familiares, educadores e profissionais de saúde, abordou avanços científicos, de cuidado, políticas públicas e educação. Confira a playlist no Canal da FCM no Youtube.