O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp realizou no mês de março a primeira cirurgia de coluna auxiliada por neuronavegação. A cirurgia foi feita pelo neurocirurgião Andrei Fernandes Joaquim, neurocirurgião do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
Em biópsias e cirurgias do crânio, a neuronavegação já é bastante utilizada. Em cirurgias de coluna, a tecnologia desponta como uma ferramenta a mais para a colocação e fixação de próteses e pinos, em técnicas cirúrgicas chamadas de instrumentação.
A neuronavegação é uma tecnologia de alto custo disponível em centros de excelência da rede privada. O HC da Unicamp passa a ser um dos poucos hospitais públicos do Sistema Único de Saúde (SUS) a utilizar essa ferramenta nesse tipo de cirurgia.
As vantagens da neuronavegação são inúmeras. As ferramentas do cirurgião são projetadas em tempo real para uma imagem de referência em tomografia ou ressonância magnética, em 3D, auxiliando no planejamento e localização durante a cirurgia. Ela permite, também, uma menor exposição do médico e do paciente a radiação, bem como maior precisão do procedimento.
“Com um instrumento especial, captado pela antena do neuronavegador,temos um projeção em tempo real do ponto da coluna desejado, que é projetado em 3D no exame de tomografia ou ressonância magnética exposto no monitor na sala cirúrgica. Desta forma, temos melhor noção espacial intraoperatória”, explica Andrei.
O neuronavegador utilizado na cirurgia foi produzido por uma empresa brasileira e disponibilizado gratuitamente para a disciplina de neurocirurgia com o intuito de se aprimorar a tecnologia. A parceria foi possível após autorização da Superintendência do HC e do Departamento de Neurologia da FCM.
Segundo o neurocirurgião da Unicamp, a neuronavegação não é invasiva e permite procedimentos mais precisos e seguros, otimizando resultados e diminuindo complicações. A ideia futura da equipe é fazer um projeto de pesquisa com o uso do neuronavegador para avaliar cientificamente sua eficácia em cirurgias de coluna.
“Em toda cirurgia de maior risco ou complexidade, o neuronavegador pode ser potencialmente útil, permitindo maior precisão da instrumentação e minimizando riscos de lesões neurovasculares. O resultado da cirurgia foi muito bom e o paciente passa bem”, disse.
Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp
Fotos: Divulgação e Jéssica Kruckenfellner - AI-HC/Unicamp