No dia 25 de maio é comemorado o Dia Internacional da Tireoide. Desde 2009, são organizadas campanhas informativas, por diferentes sociedades médicas e não médicas, com o objetivo de orientar pacientes e familiares sobre as doenças tireoidianas. Tradicionalmente, este dia é comemorado no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp com informações ao público leigo sobre as principais doenças que afetam a tireoide.
Este ano, acontece na entrada do HC a exposição de uma faixa lembrando a data, além da distribuição de folhetos para o publico leigo. No dia 26 de maio pela manhã, a disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Departamento de Cirurgia, em sua reunião semanal, estará comemorando a data com troca de informações a respeito das doenças da tireoide, inclusive com palestra sobre o assunto. Os residentes e ex-residentes da disciplina estarão presentes neste evento.
“A tireoide muitas vezes é vista como a vilã por indivíduos que ganham peso. Mas, na maioria das vezes, isto não é verdade”, diz o médico da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Alfio Tincani.
Tincani alerta que muitos casos são tratados com automedicação e isto poderá ocasionar sérios problemas ao indivíduo que apresenta outra doença em outro órgão que não a tireoide. Além de ganho ou perda de peso, as alterações de pele, queda de cabelo, cabelo seco e mudanças no humor são atribuídos à tireoide.
As principais doenças que afetam a tireoide são o hipotireoidismo (produção insuficiente de hormônios que regulam o organismo), cujos sintomas mais comuns são cansaço, fraqueza, edema (inchaço), tontura, queda de cabelo, sonolência, intestino preso e diminuição do apetite.
“Estes sintomas podem ser comuns a outras doenças e, muitas vezes, a pessoa antes mesmo de procurar o diagnóstico com seu médico, culpa a tireoide”, reforça.
O tratamento do hipotireoidismo é simples e de baixo custo, mas especialistas relatam que uma proporção significativa de portadores desta doença a desconhecem.
Já no caso de hipertireoidismo, o que ocorre é um aumento na produção dos hormônios tireoidianos. Os principais sintomas são aceleração dos batimentos cardíacos, arritmias cardíacas, ansiedade, irritação, tremores principalmente nas mãos, aumento do suor (sudorese), fraqueza nos músculos, especialmente nos braços e coxas, diarreia, emagrecimento, alterações nas unhas e outros sintomas menos importantes.
Na presença destes sintomas, um médico endocrinologista deve ser consultado.
“Dia Internacional da Tireoide veio para mostrar às pessoas que existem moléstias nesta glândula e que, muitas vezes, um tratamento adequado por especialistas se faz necessário”, disse Tincani.
Significado dos nódulos tireoidianos
Ter nódulos em tireoide é algo comum e não necessariamente significa doença. Aproximadamente 10% da população adulta têm nódulos na tireoide, mas, desse número, cerca de 90% são benignos. A existência dos nódulos é maior nas mulheres principalmente pós-gravidez e com o avançar da idade estes são mais presentes.
Geralmente nenhum tratamento é necessário. Quando estes crescem muito causando desconforto para respirar ou engolir, a cirurgia se faz necessária. O “papo” ou bócio é um aumento difuso da glândula tireoide que pode estar associado com a falta de iodo na dieta. A história familiar nestes casos também é comum. O tratamento, quando este estiver associado aos sintomas já anteriormente relatados, é a cirurgia.
Hoje em dia, a presença de nódulos até milimétricos na tireoide é bastante relatado. Isto se deve muito a exames de ultrassonografia em pescoço muitas vezes até mal indicados ou que foi feito com outra finalidade, mas que mostrou a presença de algum nódulo que estava na glândula há muitos anos. O exame de citologia através de punção por agulha fina no nódulo pode acusar a presença de câncer.
Quando for feito este diagnóstico a cirurgia é indicada. Dependendo da situação o tratamento pós-cirúrgico com iodo radioativo será necessário. Quimioterapia e radioterapia convencional não estão indicadas nestes casos.
Várias pesquisas estão sendo cada vez mais realizadas e, no laboratório de Genética Molecular do Câncer (Gemoca) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, uma equipe constituída por profissionais de diferentes áreas, como médicos, nutricionistas, biólogos e biomédicos, atuam de forma cooperada, com um objetivo comum: desenvolver pesquisas que ajudem a compreender como os fatores moleculares concorrem para predispor as pessoas ao câncer. Os estudos, que têm merecido prêmios e gerado diversos trabalhos acadêmicos, abrem perspectivas para a formulação de novos métodos de diagnóstico e de tratamento da doença.