A necessidade de atuação multi e interdisciplinar, sobretudo na área da saúde, ganhou destaque durante o evento que acolheu os 35 novos pós-graduandos dos programas de Residência Multiprofissional em Saúde, Saúde Mental e em Área Profissional da Saúde, realizado na última quinta-feira (6), na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. O evento foi promovido pela Comissão de Residência Multiprofissional (Coremu) e contou com a participação de autoridades da FCM, Faculdade de Enfermagem (FEnf), Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), Instituto de Física “Gleb Wataghin” (IFGW) e Centro de Engenharia Biomédica (CEB).
A cerimônia teve mesa de abertura com a participação da diretora associada da FCM, Rosa Inês Costa Pereira, do diretor associado do IFGW, Newton Cesário Fratesch, do diretor da FEEC, José Antenor Pomílio, do diretor da FCA, Peter Schulz, do diretor do CEB, José Wilson Magalhães Bassani, da diretora associada da FEnf, Maria Isabel Pedreira de Freitas, e da coordenadora da Coremu, Luciana de Lione Melo. A programação também contou com a aula inaugural intitulada “Trabalho em Equipe Multiprofissional”, ministrada pelo professor Jamiro da Silva Wanderley, do Departamento de Clínica Médica da FCM.
Dando boas-vindas aos participantes e agradecendo de forma geral todas as pessoas que colaboraram pela implantação de um programa de residência interdisciplinar, a coordenadora da Coremu, Luciana de Lione Melo, disse que o programa é uma fase que consolida a escolha profissional ao oferecer uma visão geral e integrada da carreira, e solicitou empenho dos ingressantes. “Busquem transformar a si mesmos e as condições de saúde das pessoas que estarão sobre os seus cuidados”.
José Wilson Magalhães Bassani, diretor do CEB, falou da responsabilidade dos residentes ao atuarem diretamente com a população. “O País precisa de pessoas que saibam resolver problemas e o residente vai morar com o problema”, afirmou. Bassani explicou que a atuação do CEB está ligada ao programa de residência em Física Médica, tendo sido o órgão responsável pela criação da área em meados da década de 1986. “Desde lá, participamos de todas as atividades relacionadas à física médica, não apenas na área da saúde, como também em outras áreas, dentro e fora da Unicamp”.
O diretor da FCA, Peter Schulz, falou da experiência de sua unidade na oferta de cursos interdisciplinares, citando como exemplo o curso de nutrição, que contempla diversas áreas de conhecimento. Segundo Schultz a formação interdisciplinar é uma necessidade no País, uma vez que os programas auxiliares são complexos e não podem ser compartimentalizados. “A Residência não só é uma prestação de serviços, como também é a complementação de uma formação inicialmente interdisciplinar, a partir de uma visão multiprofissional”, ressaltou.
Para o diretor da FEEC, José Antenor Pomílio, a aproximação com a área da física médica por meio do departamento de engenharia biomédica é uma experiência inédita e que traz bastante orgulho para a sua faculdade. “Essa relação que vai se consolidando entre a área da saúde e a área tecnológica é fundamental. Hoje é praticamente impossível não contar com equipamentos cada vez mais complexos, seja na área clínica, seja na área de diagnósticos. Para nós engenheiros, responsáveis por desenvolver tais equipamentos, essa aproximação é muito importante”.
“Na vida real poucas coisas se resumem a um único compartimento”, observou o diretor associado do IFGW, Newton Cesário Fratesch. De acordo com ele, é um desafio muito grande poder trabalhar na fronteira do conhecimento de diversas disciplinas. “No caso da física médica, temos uma infinidade de disciplinas que não prevê nenhuma disciplina em particular que o estudante possa ter feito em um curso básico de física, engenharia ou de qualquer outra área”, exemplificou.
“Os residentes são aqueles profissionais que podem contribuir para melhorar a saúde do nosso País, que atualmente está caótica”, observou a diretora associada da FEnf, Maria Isabel Pedreira de Freitas. Nesse sentido, falou da responsabilidade dos novos residentes em firmar compromisso com o curso. “Vocês devem fazer jus ao que exige o curso em termos de compromisso para não negar o espaço que estão ocupando. Esse espaço é de cidadania, que vocês ganharam para estudar. O cidadão brasileiro está pagando para que vocês ajudem a transformar a sociedade”, disse.
A diretora associada da FCM, Rosa Inês da Costa Pereira, relatou que a experiência adquirida com a implantação da residência médica na FCM, há mais de 30 anos, foi responsável de certa maneira pela origem dos programas de pós-graduação na Unicamp como um todo. “Vocês estão de parabéns, porque em apenas um ano conseguiram aumentar o número de vagas em 10%”, destacou. Rosa explicou na ocasião que embora os programas de residência não precisem, necessariamente, estar ligado a uma escola, o fato de a Unicamp aderir a um programa como este oferecido pela Coremu, é uma vantagem considerável. “Na Unicamp vocês tem a certeza da excelência dos cursos de graduação e pós-graduação Stricto sensu, e da reunião de competências para trabalhar nessa nova modalidade”, finalizou.
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