A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp recepcionou na manhã desta quarta-feira (26) os 220 novos médicos-residentes que passam a atuar no Hospital de Clínicas (HC), Hospital Estadual de Sumaré (HES) e Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti (Caism). Foram 1.945 candidatos inscritos para o processo-seletivo, um aumento de 34% em relação ao ano anterior, conforme informações da Comissão de Residências Médica (Coreme) da FCM. (Veja matéria).
Nas especialidades de acesso direto, as áreas mais concorridas foram dermatologia, com 27,25 candidatos para quatro vagas e radiologia, com 18,14 candidatos para sete vagas. Nas especialidades clínicas, as mais concorridas foram endocrinologia, com 42 candidatos para três vagas e cardiologia, com 44 candidatos para cinco vagas. Na área cirúrgica, a especialidade mais concorrida foi cirurgia plástica, com 29 candidatos inscritos para duas vagas. (Veja lista completa e a relação candidato/vaga).
“O aprendizado da medicina é diferente. O médico tem responsabilidade social. Vocês devem encarar o trabalho com alegria e sentir amor pelos pacientes. Haverá uma grande transformação dentro de vocês. Isso poderá gerar desconforto. Pratiquem esporte, aproveitem o pouco tempo livre que terão para sair com os amigos. O preço da alegria é o preço da dedicação”, disse o vice-coordenador da Coreme, Marco Antonio de Carvalho Filho, aos novos médicos-residentes.
Eles também foram recepcionados pelo coordenador da Coreme, Luiz Roberto Lopes; pela diretora associada da FCM, Rosa Inês Costa Pereira; pelo superintendente do HES Lair Zambon; pelo vice-diretor clínico do HC José Benedito Bortolo; pela representante do Caism Roseli Calil e pelo coordenador do HC da Unicamp João Batista de Miranda. Todos dirigiram palavras de boas-vindas aos novos médicos-residentes.
Claudio Renato Cunha Freire veio de Belém do Pará. Ele fará residência médica em hematologia e hemoterapia. De acordo com o médico formado pela Universidade do Estado do Pará (UFBA), demorou um tempo até ele se decidir pela área de hematologia. Formado há seis anos, Cláudio já fez residência em clínica médica no Hospital Universitário da UFPA e ficou no mercado de trabalho por mais três anos. Nesse tempo, conta, ele teve a oportunidade de conhecer melhorar a especialidade que fará na Unicamp e se decidir por ela.
“Tenho colegas hematologistas que me recomendaram a Unicamp. Fiz a prova de residência em outros locais e fiquei feliz em passar aqui. Meu dia a dia de trabalho e a experiência que tive na época em que fiz residência em clínica médica me favoreceu no processo seletivo da Unicamp, que é um pouco diferente, porém acessível”, disse Cláudio.
Processo seletivo
O processo seletivo da Residência Médica da FCM é feito em três fases. A primeira é eliminatória, composta por uma prova com 80 questões múltipla escolha e 20 dissertativas. A segunda fase é uma prova de habilidades. Cerca de 300 pessoas entre atores, avaliadores e professores participam da organização. A prova ocorre nos ambulatórios do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. São disponibilizadas cinco estações em áreas de clínica médica, ginecologia, saúde coletiva, pediatria e cirurgia em que um ator desempenha o papel de paciente. O candidato deve entrevistá-lo, fazer o exame e dar a conduta médica. Um avaliador anota o desempenho esperado do candidato para a situação criada, baseada em casos clínicos. A terceira fase é constituída de avaliação do currículo e entrevista do candidato.
“Os candidatos com as notas mais altas são convocados para a inscrição, de acordo com o número de vagas disponíveis. Esse é um dos melhores processos que existe”, disse Luiz Roberto, coordenador da Coreme.