Com a palestra “Doença cardiovascular e metabólica: como evitar uma crise de saúde no século 21”, o pesquisador inglês Jon Gibbins, diretor do Instituto de Pesquisa Cardiovascular e Metabólica, da Universidade de Reading (UK), encerrou na manhã de hoje (8), o ciclo de palestras promovidas por ele desde a última quarta-feira, a convite do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. A programação aconteceu no anfiteatro da Farmacologia e focou os estudos do pesquisador no campo da biologia celular, plaquetas e doenças cardiovasculares.
“Trabalhamos com plaquetas no Departamento e a própria Unicamp tem o Hemocentro. Apesar disso, vemos que ainda são poucas as pessoas na Universidade que trabalham com o tema. O professor Gibbins tem boa publicação nessa área, com mais de 70 artigos publicados em revistas científicas de impacto”, contou a professora Sisi Marcondes Paschoal, do Departamento de Farmacologia.
Na quarta-feira, a palestra de abertura intitulada “A busca para entender como as plaquetas respondem ao colágeno em regiões lesionadas” focou os estudos de Gibbins relacionados à ativação plaquetária por colágeno, um dos principais desencadeadores desse processo. Conforme explicou Sisi, sabendo melhor como o colágeno pode ativar as plaquetas, é possível buscar formas de melhorar o tratamento das pessoas com algum tipo de doença cardiovascular e que pode evoluir para a formação de trombos, quando ocorre a coagulação no interior do vaso sanguíneo.
De acordo com o professor Gilberto De Nucci, também do Departamento de Farmacologia e responsável pela vinda de Gibbins à Unicamp, estudos como esse realizado pelo pesquisador da Reading contribuem, principalmente, com a área da cardiologia – na compreensão e controle de reações trombóticas, como acontece durante um infarto ou derrame, por exemplo. “Vários pesquisadores no Brasil estão interessados nessa área. Tanto em São Paulo, como em outros estados, vários trabalhos têm sido feitos”, disse, destacando ainda, a experiência dos brasileiros em contribuir com outros países do avanço desses estudos.
Texto: Camila Delmondes – ARP – FCM/Unicamp
Foto: Marcelo Oliveira – CADCC – FCM/Unicamp