CCAS apresenta Boletim de mortalidade de trânsito em motociclistas

O Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde (CCAS) do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp apresentou na quarta-feira (27), na Prefeitura de Campinas, o 49º Boletim de Mortalidade. O tema é Mortalidade por Acidentes de Trânsito em Motociclistas. A publicação é resultado do Projeto de Monitorização dos Óbitos no município de Campinas, desenvolvido desde 1989, por uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e a FCM da Unicamp.

A análise é relativa ao período entre 2000 e 2011. Em 2000, a taxa de morte de motociclistas era de 1,3 por 100 mil habitantes, enquanto a de mortes por acidentes que envolviam outros veículos era de 11 a cada 100 mil habitantes. Em 2011, o quadro mudou e a taxa de mortes em acidentes de motos subiu para 7,4 a cada 100 mil habitantes. Já a de acidentes com outros veículos diminuiu para 6 mortes a cada 100 mil habitantes.

Em 1996, as mortes de ocupantes de motos respondiam por 0,8% do total de vítimas fatais em acidentes de trânsito. Em 2011, esse índice aumentou para 36,8%. Do total de 17.818 acidentes ocorridos em Campinas no ano de 2011, 21,9% (3.913) envolviam motocicletas. No ano 2000 o índice era de 9,9%.

Apenas 33,6% dos acidentes de trânsito que envolvem motos não têm vítimas fatais. A cada mil acidentes com motocicletas, são registradas 21,5 mortes. O número só perde para os acidentes que envolvem bicicletas, que têm 23,7 mortes a cada mil acidentes.

Em 2011, das 4.638 internações por causas externas nos hospitais do SUS ou conveniados com o SUS em Campinas, 893 (19,3%) foram acidentes de trânsito. Deste total, 63,2% foram de ocupantes de motos, sendo que a faixa etária mais acometida é de 20 a 29 anos.

De acordo com os dados do Boletim, os riscos de morte por acidentes de moto são diferentes de acordo com a idade e o sexo. Os homens com idade entre 15 a 34 anos são a maioria das vítimas fatais por acidentes deste tipo. Além disso, os homens têm o risco 10,6 vezes maior de morrer de acidente de moto do que as mulheres.

Os acidentes com motocicletas envolvendo homens entre 15 e 34 anos têm índice mais alto na região noroeste de Campinas (Campo Grande). O menor índice se dá na região norte (Anchieta e Barão Geraldo). Em Campinas, o risco de morte de motoristas de moto é maior do que o verificado em cidades como Brasília, Recife e Curitiba.

“O objetivo do boletim é aprimorar os dados de mortalidade em Campinas, além de aprofundar as análises do perfil das causas de morte e, a partir daí, traçar políticas de prevenção. Os acidentes de trânsito com moto representam um dos maiores desafios para as políticas públicas que objetivam a redução da mortalidade e das internações/sequelas”, disse a professora coordenadora do CCAS, Marilisa Berti de Azevedo Barros.

Gastos

De acordo com o secretário de Transportes e presidente da Emdec, Sérgio Benassi, o custo social da Emdec com acidentes de trânsito entre 2007 e 2011 foi de aproximadamente R$ 1 bilhão. Esses custos incluem desde a Emdec e Saúde até os serviços prestados pelas polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros. Para o secretário de Saúde, Carmino Antonio de Souza, os custos da saúde são quase intangíveis, pois devemos levar em consideração que, para cada morte, há dezenas de pessoas que sofrem com sequelas. Além disso, os acidentes causam impacto na espera, pois aumentam os volumes de pacientes nos pronto atendimentos e pronto-socorros e aumentam as chamadas do Samu”, concluiu.

Fonte: Prefeitura de Campinas

Fotos: Luiz Granzotto - Prefeitura de Campinas