HC realiza avaliação gratuita da voz. Campanha sobre ruído segue até sexta na Unicamp

Médicos e fonoaudiólogas fazem avaliação gratuita da voz nesta segunda (16) e terça-feira (17), das 8 às 16 horas, no ambulatório de otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. A ação faz parte da 14a Campanha Nacional da Voz. O objetivo é orientar sobre os principais cuidados com a saúde vocal e alertar a população para o diagnóstico precoce do câncer de laringe. A coordenação da campanha na Unicamp é da disciplina de Otorrinolaringologia do Departamento de Oftalmo/Otorrino, do Centro de Pesquisa e Reabilitação (Cepre) e do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM).

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o segundo país no mundo em número de casos de câncer de laringe. São mais de 15 mil por ano, sendo mais de oito mil fatais, apesar das chances de cura superarem os 90% se detectado precocemente. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) são esperados um milhão casos novos de câncer de laringe para os próximos dois anos no Brasil, com um risco estimado de seis casos a cada 100 mil homens.

O tabaco é o principal fator de risco para câncer de laringe. Segundo o Inca, fumantes têm dez vezes mais chances de desenvolver o câncer de laringe. Quando o fumo é associado ao consumo de bebidas alcoólicas, as chances são 43 vezes maiores.

“O câncer de laringe é perfeitamente tratável quando diagnosticado inicialmente. Você consegue resolver problema com radioterapia, quimioterapia ou procedimentos cirúrgicos que não retiram totalmente a laringe, explica o otorrinolaringologista Reinaldo Gusmão, da FCM.

De acordo com Gusmão, professores, cantores, comerciantes e qualquer outro profissional deve ficar atento a alguns sinais que podem afetar a voz, como por exemplo a rouquidão persistente. “Já vi profissionais interromperem a carreira por não terem tido cuidado e orientação para minimizar os efeitos do mau uso da voz”, alertou.

O professor-pesquisador da área de demografia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, Alberto Augusto Eichman Jakob, passa pelo programa do Cepre voltado para docentes que desejam aprender a projetar melhor a voz. Na manhã desta segunda-feira ele, trouxe o filho Rafael para avaliação no HC. “Ele tem problema de rinite alérgica e respira pela boca. Viemos fazer avaliação para ele melhorar a parte fonética”, explicou.

A médica Maria José Nascimento Brandão, professora do Departamento de Anestesiologia da FCM, usa bastante a voz e veio fazer uma avaliação no ambulatório de otorrinolaringologia por causa de sintomas de sinusite. “A avaliação preventiva é importante para se evitar problemas nas cordas vocais e esta campanha é importantíssima para toda a população”, comentou Maria José.

Além do HC, a campanha segue até sexta-feira no Instituto de Artes (IA), Instituto de Estudos de Estudos da Linguagem (IEL), Faculdade de Educação (FE), Restaurante Universitário da Unicamp e Unidades Básicas de Saúde do Jardim São Marcos e Vila Costa e Silva e Centro de Saúde Aeroporto. Nestes locais, a campanha será conduzida pelos professores e alunos do curso de Fonoaudiologia da Unicamp.

“Vamos aproveitar esta semana para também conscientizar a população sobre a questão do ruído. Normalmente, o jovem acha que nunca terá problema auditivo. Vamos alertá-los sobre o uso excessivo de som alto com fones de ouvido, além de conscientizá-los sobre os problemas da voz”, explicou a fonoaudióloga, Lúcia Mourão, do Cepre da FCM da Unicamp.

No dia 16 de abril será comemorado O Dia Mundial da Voz é comemorado no dia 16 de abril. O tema da campanha de 2012 é “Ouça sua voz. Goste da sua voz”. Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído é comemorado no dia 25 de abril. O tema deste ano é “Bem estar garantido é bem estar sem ruído”.

“Estudos indicam que o ruído está entre os principais agentes causadores de estresse, insônia, depressão e até perda auditiva que levam a mudanças físicas e psicológicas negativas nos seres humanos”, explica a fonoaudióloga Helenice Nakamura, do Cepre da FCM da Unicamp.

Texto: Edimilson Montalti – ARP/FCM-Unicamp

Fotos: Jéssica Kruckenfellner – AI/HC-Unicamp