O Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e o grupo de pesquisa Paideia promovem nesta quinta-feira (17), no auditório da FCM, o I Fórum “A prática de apoio no SUS”. Mais de 300 profissionais da rede pública de saúde do Brasil participam do encontro. De acordo com a enfermeira e doutoranda em saúde coletiva da FCM, Cristiane Pereira de Castro, o objetivo do Fórum é trocar experiência com quem está na ponta do serviço, casando teoria e prática.
A metodologia do apoio institucional ou matricial, denominada de Paideia, é uma postura metodológica que busca reformular os tradicionais mecanismos de gestão. Idealiza e implantada em Campinas há quase 20 anos pelo professor Gastão Vagner de Souza Campos, o Ministério da Saúde adotou este modelo em todo o Brasil. “O objetivo é desburocratizar e acabar com a fila de espera”, disse Gastão antes da abertura do evento hoje pela manhã.
Como exemplo, o professor do Departamento de Saúde Coletiva cita o caso de dois ex-alunos e residentes de ortopedia que passaram a atuar em hospitais públicos de Campinas e fazer o apoio matricial. Eles avaliaram em conjunto com os médicos generalistas o prontuário de mil pacientes. Apenas 80 continuaram na fila de espera. Os demais casos foram resolvidos.
“O grande segredo é personalizar as relações entre as especialidades médicas. Um profissional cuida da coordenação do caso. É como passar o plantão fora da urgência”, disse Gastão.
De acordo com Gastão, após a implantação do Paideia pelo Ministério da Saúde, várias pessoas começaram a trabalhar como apoiadores sem uma formação adequada, gerando conflitos. Este primeiro Fórum é uma avaliação das dificuldades enfrentadas pelos apoiadores e suporte para avaliação da metodologia do apoio matricial.
“Aqui na FCM temos mestrado e curso de especialização nessa área. Os dados finais serão divulgados daqui um ano e meio”, completou.
Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/UNICAMP
Fotos: Mário Moreira - CADCC-FCM/UNICAMP