O fotógrafo André Luiz Martins Santiago expõe de 16 de novembro a 07 de dezembro no Espaço das Artes da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Nascido na cidade de Itapira, André descende de uma tradicional família de fotógrafos. O avô era fotógrafo, do tempo que era necessária pólvora para iluminar uma foto de casamento e quando conseguia seis chapas dizia-se que o fotógrafo era bom. O pai, fotógrafo, pintor, escultor e ator – tem até teatro com o nome dele – era um artista.
Segundo André, parte da arte vem de toda informação herdada de geração em geração e parte vem de muito estudo, trabalho, dedicação, paciência e técnica. Na infância, trabalhou e estudou fotografia com o seu pai a quem chama de mestre. Cursou a escola Pan-Americana de Artes; estagiou em importantes estúdios fotográficos, como o de J. Godoy; trabalhou em importantes editoras, revistas e agência publicitárias de São Paulo e realizou a sua primeira exposição fotográfica chamada de “crianças de Itapira”, no Clube Central da cidade.
Em 1980, de volta à Itapira, montou um estúdio profissional e loja, dedicando-se à fotografia de casamentos, eventos sociais e fotos publicitárias. Em 2000, expôs fototelas com a temática “Centenário Virgolino de Oliveira”, na casa da Cultura de Itapira, e fez exposição itinerante por um período de um ano, intitulada “13 de Maio, Congada e Raça Negra”, com apoio da Prefeitura Municipal de Itapira. Recentemente, inaugurou um espaço cultural fotográfico com o nome de Paulino Santiago onde os amantes da fotografia podem fazer exposições sem custos.
“De sete anos para cá, me dei ao luxo de trabalhar com fine art. Abro hoje essa exposição aqui na FCM e amanhã vou expor na Fundart de Ubatuba a mesma temática em homenagem à raça negra”, disse Santiago nesta quarta-feira (16) pela manhã durante a abertura da exposição na FCM.
O fotógrafo itapirense trava uma batalha de conscientização sobre o uso de suas imagens e o valor da fotografia. Se por um lado a foto digital agilizou o trabalho publicitário, por outro lançou no mercado muita gente sem experiência, que acha que fotografia é apenas um clique. “Há direitos autorais no uso de imagens e isso deve ser respeitado. Para se fazer uma boa foto é necessário ter um olhar crítico, entender de luz, estudar e captar o momento certo. Não adianta você fazer duas mil fotos para aproveitar 100. Fotografia não é apertar um botão”, disse Santiago.
A exposição “13 de Maio, Congada e Raça Negra” intenciona um olhar sobre pessoas e lugares, onde o trabalho do fotógrafo direciona à luz e à sombra, à cor e à sua ausência.
Período da exposição:
De 16 de novembro a 07 de dezembro
Horário: das 8h30 às 17h30
Local: Espaço das Artes da FCM, saguão do prédio-sede da FCM, à rua Tessália Vieira de Camargo, 126, cidade universitária “Zeferino Vaz”, distrito de Barão Geraldo, Campinas, SP.
Entrada franca
Texto e fotos: Edimilson Montalti - ARP-FCM/UNICAMP