Os pais e calouros dos cursos de medicina, enfermagem, fonoaudiologia e farmácia da Unicamp foram recepcionados na manhã deste sábado (26) no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) pelos coordenadores de cada um dos quatro cursos que compõem a área da saúde e pelo diretor e diretora-associada da faculdade. A recepção contou com a participação especial do professor Rogério Antunes Pereira Filho, do Departamento de Clínica Médica da FCM e aluno da primeira turma do curso de medicina de 1963. No mesmo dia, os alunos também receberam esclarecimentos sobre o Cecom sobre a obrigatoriedade de estar em dia com a carteira de vacinação para a devida proteção.
A diretora-associada da FCM, Rosa Inês Costa Pereira, disse que o evento não é só para dar as boas-vindas e mostrar o que é a FCM, mas para assegurar, formalmente, o compromisso da faculdade na formação dos alunos. “Espero que vocês se apaixonem pela Unicamp e sintam o prazer que estamos sentindo em acolher vocês”, disse Rosa Inês.
O diretor da FCM, Mario Jose Abdalla Saad, cumprimentou os alunos pela difícil tarefa de passar pelo vestibular da Unicamp que tem usado parâmetros de avaliação nacionais e internacionais. Saad destacou que o papel da FCM é formar lideranças científicas e que a convivência multidisciplinar, necessária para atender à população, começa já na graduação. Segundo Saad, apesar de jovem – a FCM fará 50 anos daqui a dois anos – a área da saúde da Unicamp é respeitada e continua em expansão.
“Nos próximos dois anos, o Hospital de Clínicas (HC) deve ampliar mais 100 leitos. O atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é nosso ex-aluno e no mês de março fará uma palestra aqui na FCM para toda a área da saúde. Estamos acertando a data. O professor Rogério Antunes é o símbolo da faculdade, competente, de bom caráter e de fácil relacionamento. Precisamos de profissionais assim. Ele é um exemplo para vocês”, disse Saad.
Antunes contou como era a faculdade na época da “saudosa” Santa Casa de Misericórdia de Campinas e compartilhou com todos os seus anos como calouro e residente. Não faltaram risos e descontração da platéia ao ouvir as histórias de um dos professores mais carismático da FCM. Aos pais ele deu os parabéns e disse que não será difícil preparar os novos alunos, pois a “matéria prima é de muito boa qualidade”. Mas deixou dois conselhos: “Não deixe de visitá-los, mas avisem quando vierem para evitar aborrecimentos mútuos e não queiram, desde já, que seus filhos curem a enxaqueca de 35 anos da titia”.
Aos alunos, Antunes disse que a partir de hoje eles passam a ser construtores da história da faculdade, iniciada há 48 anos atrás e aperfeiçoada com muito carinho por inúmeras gerações de alunos, professores e funcionários. Disse que o curso lhes dará muito poder. Ganharam licença para entrar na casa dos pacientes, examinar e tocar pessoas que nunca tinham visto, ouvir confissões íntimas que podem envolver medos, perdas, paixão, morte, coisas que aquele paciente não contaria para mais ninguém. Ganharam poder para tirar a dor, intervir e determinar mudanças muitas vezes sérias no rumo da vida de pessoas.
Antunes reforçou que a profissão médica não é apenas a “decantada arte de curar”. Ela tem que ser calcada numa forte base científica. O bom profissional, segundo o professor, tem que compreender a genética, a farmacologia, a fisiologia e ter uma formação que lhe permita inclusive mudar o conhecimento, acrescido de uma boa dose de sensibilidade e compaixão.
“Nesses bancos escolares, nós queremos não só transmitir-lhes o conhecimento científico e técnico. Queremos muito mais. Queremos através de nosso exemplo e de nosso comportamento ético participar ativamente de sua formação como homem e profissionais. Olhe seu paciente quando examinado. Chame-o pelo nome e não pelo número, cumprimente-o pegando pela mão. Ética em nossa profissão tem início no primeiro encontro do médico com o paciente e continua ao longo do exercício profissional”, explicou Antunes.
Após a palestra, cada curso plantou uma árvore de Quaresmeira no memorial de acesso à FCM. O ato de cada curso plantar uma árvore na FCM foi trazida pelo professor Luis Barco a partir de suas andanças pelo mundo. Originária de uma tradição russa, a árvore representa o conhecimento e marca a entrada de cada formando na Universidade.
Participaram da cerimônia de acolhimento dos pais e alunos da área da saúde o coordenador de ensino de graduação do curso de Medicina, Wilson Nadruz Junior; a coordenadora de ensino de graduação do curso de Enfermagem, Luciana Lione de Melo; a professora Rita de Cássia Ietto Montilha, representando a coordenadora de ensino de graduação do curso de Fonoaudiologia e o professor Carlos Roque Duarte Correa, coordenador de ensino de graduação do curso de Farmácia.
Texto: Edimilson Montalti - ARP/FCM
Fotos: Mário Moreira - CADCC/FCM