Um grupo de 29 alunos da Unicamp parte na segunda-feira (18) para a Argentina para participar da XVIII Jornada de Jovens Investigadores que acontece de 19 a 21 de outubro na Universidade Nacional do Litoral, na província de Santa Fé. O tema deste ano é "Investigação científica: Eixo de desenvolvimento regional, na véspera do bicentenário da Independência da América Latina". O evento é promovido, anualmente, pela Associação das Universidades do Grupo de Montevidéu (AUGM) que congrega instituições de ensino superior públicas dos países que constituem o Mercosul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.
Os representantes da Unicamp foram selecionados entre os estudantes de iniciação cientifica que apresentaram os melhores trabalhos no Congresso Interno de Iniciação Cientifica da Unicamp (PIBIC) do ano passado. A professora Kátia Stancato, do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, acompanhará o grupo durante o evento. Segundo Kátia, a conferência é uma oportunidade para a troca de experiência entre os jovens pesquisadores e um reconhecimento internacional das pesquisas desenvolvidas na Unicamp.
Renata Beltramin, aluna do curso de arquitetura e urbanismo da Faculdade de Engenharia Civil (FEC) acha que este encontro internacional é uma oportunidade para ver o que outros pesquisadores estão fazendo em seus países, além de conhecer novas pessoas. “Aqui na Unicamp nós temos boas oportunidades, mas é sempre bom saber o que o mundo lá fora pode oferecer”, comentou Renata que apresentará um trabalho sobre acessibilidade no ambiente construído para deficientes visuais. Nayara Marostegan Gomes, da Faculdade de Tecnologia de Limeira, desenvolveu mapas mentais para alunos com dificuldade de alfabetização. Ela concorda que o PIBIC e a Conferência de Jovens Cientistas funcionam como chamarizes para trazer mais alunos para a pesquisa. “Após a premiação e o convite para viajar para a Argentina, todos queriam saber mais sobre o trabalho. É um reconhecimento importante para nós”, disse Nayara.
Luiz Tiago de Paula, aluno do Instituto de Geociências, já é um veterano de PIBIC e este ano representa o curso de geografia na XVIII Jornada de Jovens Investigadores. Usando parte do trabalho apresentado no ano passado mais o que ele apresentou este ano, Tiago avançou em sua pesquisa e apresenta na Argentina sobre mobilidade e vulnerabilidade da região metropolitana de Campinas. Tiago Henrique Machado, da Faculdade de Engenharia Mecânica modelou computacionalmente rolamentos hidromecânicos de mancais e viu sua aplicabilidade em máquinas rotativas de alta velocidade. “Talvez este encontro seja o impulso que faltava para eu seguir a carreira de pesquisador”, comentou Tiago Henrique.
Preocupadas com as questões de desenvolvimento e aquisição de linguagem, Amanda Brait Zerbeto, do curso de fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e Fabiane Dalben de Faria, do Instituto de Estudos da Linguagem aplicaram seus conhecimentos, respectivamente, para investigar se as brincadeiras de crianças de dois a cinco anos em grupos ajudavam na avaliação da linguagem e se a transposição de contos de Machado de Assis da linguagem clássica para Histórias em Quadrinhos (HQ) auxiliava o aluno na leitura. “Quando eu recebi a premiação do PIBIC, pensei em dar prosseguimento para mostrar que não existe na Unicamp somente pesquisas nas áreas de exatas ou engenharias. Os estudos de linguagem também têm um grande potencial e agora terei a oportunidade de trocar informações com pesquisadores de outros países”, disse Fabiane.
Nas a linguagem não serve apenas para seres humanos. Gustavo Solaira Medeiros de Paula, do Instituto de Computação da Unicamp, criou desenhos para a trajetória de robôs móveis, que podem ser programados via internet. Os robôs “entendem” a trajetória e percorrem o caminho. “Inicialmente o projeto foi desenvolvido para uma instalação artística, mas o projeto tem diversas aplicações na indústria”, comentou Gustavo.
Já com camisetas da Unicamp e da seleção brasileira na bagagem e a bandeira do Brasil em cada um dos pôsteres, o grupo se apresentará num encontro que ocorre dentro da programação do evento. Ansiosos, todos terão que superar os mais de mil jovens investigadores inscritos na jornada. “Todo ano sempre voltamos com trabalhos premiados, seja na categoria oral ou na categoria pôster. Esperamos trazer alguns prêmios este ano também”, comentou Kátia.
Sobre o evento:
Criado em 1993 pela Associação de Universidades Grupo Montevideo, a Jornada de Jovens Investigadores é um espaço que reúne anualmente centenas de jovens investigadores de diferentes universidades membro da AUGM. Elas são projetadas para promover as relações precoces entre jovens cientistas dos países da região e promover a sua integração no trabalho realizado, gerando redes não apenas científica e acadêmica, mas interpessoal, cuja rede e permite a formação de grupos regionais de pesquisa com base científica.
Texto e foto: Edimilson Montalti