Premiados, três estudos da FCM desvendam mecanismos da epilepsia

 

Três pesquisas desenvolvidas na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp nas áreas de genética, clínica médica e cirurgia lançam novas esperanças para o tratamento da epilepsia, doença neurológica que afeta entre 1 a 2% da população brasileira. As pesquisas foram desenvolvidas em diferentes departamentos ligados ao Laboratório de Neuroimagem da FCM e fazem parte do projeto de Cooperação Interinstitucional de Apoio a Pesquisas sobre o Cérebro (Cinapce). Renato Oliveira dos Santos investigou o possível papel dos polimorfismos do gene interleucina 1-beta na predisposição à epilepsia. Marina Coelho Gonsales estudou a aplicação clínica do teste de mutações no gene SCN1A em crianças com a doença e Clarissa Lin Yasuda fez um estudo comparativo da eficácia a longo prazo entre os tratamentos clínico e cirúrgico para a epilepsia. Os trabalhos ficaram entre as 13 pesquisas selecionadas dentre mais de quatro mil inscritas no último Congresso Americano de Neurologia, ocorrido no mês de abril no Canadá. Todas receberam o prêmio “International Scholarship Award” concedido a jovens pesquisadores. “Hoje em dia, para que as pesquisas na área médica tenham repercussão, elas precisam ser multidisciplinares. Os nossos trabalhos têm essa característica, pois envolvem pesquisas nas áreas clínica, neuroimagem, neurofisiologia e genética e isso dá o tom do porquê elas foram premiadas”, disse a geneticista Íscia Lopes-Cendes e uma das coordenadoras dos trabalhos.

 

A epilepsia é uma doença multifatorial e acomete faixas etárias específicas. Por vezes, a doença aparece na infância e depois desaparece. Outros, após os 80 anos começam a ter crises epilépticas. Na fase adulta, leva muitos pacientes à cirurgia. Em algumas famílias, todos têm epilepsia. Traumas, tumores infecção grave e cisticercose podem desencadear a doença que pode causar morte súbita. A ciência pesquisa suas causas. Uma das hipóteses relaciona à doença a fatores genéticos. “Nossa busca na parte genética é saber qual gene está relacionado à doença”, comentou Cláudia Vianna Maurer-Morelli professora e pesquisadora do Departamento de Genética da FCM.

 

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