Centenas pessoas entre gestores da área da Saúde de Campinas, professores, alunos, coordenadores dos cursos de graduação em Medicina, Enfermagem, Fonoaudiologia e Farmácia e representantes de associações de educação médica e do Ministério da Saúde participaram nessa quinta-feira (12) do Seminário “A Integração Ensino-Serviço em Saúde: A Universidade na Atenção Básica”. O evento aconteceu na Faculdade de Ciências Médicas (FCM da Unicamp) e foi organizado pela Comissão de Cursos de Graduação, com o apoio da diretoria da FCM.
De acordo com a médica Joana Fróes Bragança Bastos, coordenadora associada do curso de graduação em Medicina da FCM e anfitriã do evento, o objetivo do seminário é compartilhar as atividades desenvolvidas pelos cursos da área da saúde na Atenção Primária, refletir sobre os desafios e possibilidades no ensino de graduação em saúde e levantar subsídios para o planejamento do ensino de graduação.
“A Unicamp ocupa um lugar de vanguarda no ensino de saúde no país. É nosso papel nos adiantarmos e propor discussões para a melhoria do ensino. Temos a intenção de elaborar propostas concretas para a incorporação das mudanças que estão vindo em relação ao ensino de graduação em saúde”, disse Joana.
O diretor da FCM, Ivan Felizardo Contrera Toro, disse que o momento é oportuno e importante para a discussão dos cursos da área de saúde, que ocupam os primeiros lugares entre os melhores do país. “Essa conquista vem da integração dos cursos desde o início da FCM, que começou a trabalhar na saúde de base. Ela sempre foi pioneira nessa integração e queremos continuar sendo e esse é o caminho”, disse Toro.
Para o presidente da Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), Sigisfredo Luis Brenelli, a Unicamp tem muito a acrescentar aos modelos de ensino e às leis das diretrizes curriculares, pois tem em seu DNA nomes como Sérgio Arouca, Miguel Tobar Acosta, Gastão Wagner em sua história. “A FCM tem experiência e pode ser um modelo de como ensinar às escolas de medicina mais novas que estão definindo sua estrutura”, disse Brenelli.
Segundo o secretário de Saúde de Campinas, Cármino de Souza, a profissão médica é um tripé entre arte, ofício e ciência. Por isso, ressalta, o custo para formação de um médico é de 30 mil dólares por ano, uma vez que é necessário professores, salas de aula, hospitais e ambulatórios para a prática do ensino.
“Não dá para estender faculdades de medicina para todos os lados sem um mínimo de estrutura e condição. A rede de saúde de Campinas está à disposição para a formação dos alunos, de maneira organizada e ética. A ideia é formar gente para o SUS, que precisa ser desenvolvido e aperfeiçoado constantemente”, ressaltou Cármino.
Hêider Aurélio Pinto, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, disse que avançar em processos inovadores de ensino é uma oportunidade histórica, como os movimentos das décadas de 1960, 1970, 1980 ou 1990. “Não adianta Lei para ficar no papel. É preciso fazer movimento. A Unicamp tem a boa mania de ser vanguarda. Fico satisfeito com essa mobilização e com a participação de todos”, disse Hêider.
A mesa de abertura do evento contou, ainda, com a presença de Cesar Monte Serrat Titton, Secretário de Saúde do Município de Curitiba; Gastão Wagner de Sousa Campos, professor da FCM e presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); José Luiz Tatagiba Lamas, professor da Faculdade de Enfermagem da Unicamp, representando a diretora da FENF, Maria Isabel Pedreira de Freitas; Célia Regina Garlipp, diretora associada da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unicamp, representando o diretor da FCF, João Ernesto de Carvalho e Roberto Teixeira Mendes, diretor associado da FCM. Veja a programação.