Coordenadores e representantes dos Escritórios de Relações Internacionais das faculdades de Medicina da USP de São Paulo e de Ribeiro Preto, Unifesp, Botucatu e da Unicamp estiveram reunidos na semana passada na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp para discutir estratégias conjuntas sobre internacionalização. A reunião resultou numa agenda de intenções e na organização em conjunto de um seminário para fevereiro de 2016 sobre internacionalização, no auditório da FCM. A data e programação serão definidas em breve.
“A medicina tem características particulares dentro da internacionalização que nos obrigam a pensar em algumas variações do que existe para alunos de graduação, pós-graduação e residência médica. As universidades paulistas são uma força e não podemos disperdiçar o potencial para melhorar os programas de intercâmbio e relacionamento, mesmo em tempos de crise”, disse a médica e assessora da Vice-Reitoria de Relações Internacionais da Unicamp, Laura Sterian Ward.
A presidente do Escritório de Internacionalização da Faculdade de Medicina de Botucatu, Silke Weber, relatou suas experiências à frente ao Programa Ciência Sem Fronteiras (CsF) e agências de fomento e disse que todas as Universidades paulistas têm os mesmos desafios e sucessos em internacionalização. “Não precisamos reinventar a roda. Basta compartilharmos as nossas experiências e depender menos dos programas governamentais”, reforçou.
Aluizio Segurado, presidente da Comissão de Relações Internacionais da Faculdade de Medicina da USP, disse que a internacionalização exige ações estratégicas institucionais e parcerias para mobilidade em vários níveis de formação. Segurado destacou a experiência com a Jornada de Inverno realizada esse ano na USP que contou com a participação de mais de 50 inscritos da Europa, América Latina, Estados Unidos e Brasil. “Foram cinco áreas de conhecimento. As aulas foram em inglês, durante duas semanas. É importante discutirmos a questão da utilizam dos créditos e a possibilidade da mobilidade interna entre as universidades paulistas”, disse.
O diretor da FCM, Ivan Felizardo Contrera Toro, disse que a residência médica pode aproximar as universidades paulistas e contribuir para o avanço da internacionalização. O coordenador do curso de graduação em Medicina da FCM, Emilio Carlos Elias Baracat, sugeriu um projeto piloto para utilização dos créditos nos três primeiros anos do curso de Medicina entre as universidades paulistas. “Depois, poderíamos extender para o internato”, disse, revelando que a FCM recebe muitos alunos latinamericanos. Já a coordenadora de pós-graduação da FCM Rosana Onocko-Campos, disse que a mobilidade na pós-graduação é rotina já estabelecida por conta dos projetos de pesquisa e bolsas sandwich. “Dentro da pós-graduação já estabelecemos um prazo de seis meses a um ano para o aluno que quiser estudar fora do país”, disse Rosana.
O coordenador do Escritório de Relações Internacionais da FCM, Rodrigo Bueno de Oliveria disse que há um longo caminho a percorrer, mas há instituições que tem se mostrado mais parceiras e tem interesse em caminhar para essa direção. Após recente viagem a várias universidades europeias que tem corte inserção internacional, Rodrigo coletou informações sobre como elas criaram e consolidaram a participação de estudantes estrangeiros dentro dos cursos de graduação e pós-graduação oferecidos. Em cinco anos, revelou, algumas das instituições que visitou construíram uma estrutura de mobilidade com 7.500 alunos estrangeiros.
“A estratégia foi firmar parcerias com outras universidades e oferecer estágios de seis meses para criar um vínculo emocional entre os estudantes estrangeiros com a instituição. Muitos voltam para fazer mestrado ou doutorado. São modelos positivos que eu vi sobre mobilidade e validação de crédito estudantil. Precisamos romper com a inércia conservadora de não mexer no currículo. É um passo que temos que dar”, disse.