O médico radiologista Nelson Marcio Gomes Caserta, docente do Departamento de Radiologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, foi nomeado representante da Sociedade Europeia de Radiologia Gastrointestinal e Abdominal (ESGAR) no Brasil para mandato de dois anos. A nomeação aconteceu durante reunião anual da entidade realizada em Paris, no mês passado, e que reuniu cerca de 1500 pessoas. Como representante do ESGAR no Brasil, Caserta tem o papel de estimular a participação dos radiologistas da área abdominal e gastrointestinal nos encontros anuais da associação, promover os programas científicos da entidade e atuar na divulgação de projetos de interesse mútuo, como estudos multicêntricos.
Em entrevista à FCM, Nelson Caserta disse que a nomeação veio ao encontro dos propósitos da Sociedade Paulista de Radiologia (SPR), onde é diretor. De acordo com ele, a SPR visa estimular a internacionalização, e um exemplo dessa intenção é a próxima Jornada Paulista de Radiologia (JPR) de 2017 que será promovida em associação com o RSNA (Sociedade Americana de Radiologia). Sobre o encontro realizado na França, o especialista da FCM citou as principais contribuições promovidas pela reunião da ESGAR destacando, também, a atuação da entidade em conjunto com outras instituições como a Sociedade Europeia de Radiologia Urogenital (ESUR) para o avanço científico.
FCM – Quais sessões de discussão o senhor pode destacar na reunião deste ano da ESGAR?
Nelson Caserta – No evento deste ano ocorreram várias sessões de interesse para a área de imagem abdominal e gastrointestinal. Dentre elas, eu destaco aquelas sobre resposta ao tratamento e atividade da Doença de Crohn; outras sobre o desenvolvimento de protocolos diferenciados para diagnósticos por meio de Tomografia Computadorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM); e aquelas sobre ablação de tumor hepático e técnicas de difusão por RM no abdome, que têm avançado notadamente no fígado e pâncreas.
FCM – Como o Brasil está nessa área quando comparado aos países mais avançados?
Nelson Caserta – Quanto a aplicação dos métodos de imagem na atuação clínica, o Brasil pratica uma radiologia de excelente qualidade, sem desigualdades significativas com os principais centros mundiais. Mesmo considerando as limitações de recursos financeiros e a dificuldade de concentração da tecnologia, temos profissionais e centros plenamente habilitados realizando estudos de excelência na área da radiologia abdominal e gastrointestinal.
FCM – Como a Unicamp acompanha os avanços tecnológicos da área radiológica abdominal, em constante evolução?
Nelson Caserta – Posso destacar na Unicamp a atuação conjunta da Radiologia com o Gastrocentro, a Urologia e a Pediatria onde a atuação multidisciplinar tem proporcionado a investigação científica e o atendimento de alto nível. Um dos temas de destaque discutidos na ESGAR desse ano foi o emprego de contraste específico para as células hepáticas. Aqui na Radiologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp já o utilizamos em várias situações com indicação específica.