Novidades no campo da informática e tecnologia assistiva são destaque
De 9 a 12 de junho acontece na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp o VI Congresso Brasileiro de Comunicação Alternativa, promovido pela International Society for Augmentative and Alternative Communication (ISAAC-Brasil). O tema dessa edição é “Comunicação Alternativa – Ocupando Territórios”. Essa é a segunda vez que a Unicamp sedia esse evento, por meio do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Gabriel O. S. Porto (Cepre).
A cerimônia de abertura do VI Congresso Brasileiro de Comunicação Alternativa contou com a participação de Angélica Bronzatto de Paiva e Silva, coordenadora do Cepre; Rita de Cassia Ietto Montilha, chefe do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação da FCM; Christiane Marques do Couto, coordenadora do curso de graduação em Fonoaudiologia; Juliano Pereira Mello, diretor do Departamento Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura Municipal de Campinas; Eliana Cristina Moreira, presidente da Associação ISAAC Brasil; Lucia Reily e Regina Yu Shon Chun presidente e vice-presidente do VI Congresso Brasileiro de Comunicação Alternativa – ISAAC Brasil.
De acordo com a arteterapeuta e professora do Cepre Lucia Reily, o símbolo deste congresso é a árvore flamboyant, que significa flamejante, pela cor avermelhada de suas flores e pode ser encontrada nas avenidas principais da Unicamp. Assim como o flamboyant, a Comunicação Alternativa – que teve suas origens nos anos 1970 – espalhou-se no cenário nacional, criando raízes e estabelecendo ramificações em diferentes territórios, seja a casa, a escola, o ambiente de trabalho, hospitais, clínicas e instituições especializadas, a universidade, espaços socioculturais, territórios judiciais, dentre outros.
“A Comunicação Alternativa compreende recursos que possibilitem dar voz a pessoas com diferentes graus e tipos de comprometimentos de linguagem, oral, escrita ou gestual, verbal e não verbal, em qualquer época do ciclo de vida. Visa a auxiliar crianças em fase de aquisição de linguagem e em processo de letramento a adultos que sofreram acidentes ou patologias, que comprometeram sua comunicação. Trata-se de um campo de atuação que congrega profissionais de diversos campos do conhecimento, como Saúde, Educação, Arte e Ciências Exatas”, explica.
A escolha dos temas, dos convidados e a distribuição temática têm como objetivo acompanhar os avanços e tendências da ciência e da tecnologia na área. O Congresso busca congregar convidados nacionais e internacionais com experiências inovadoras e diversas que possam ser aplicáveis à realidade nacional. As conferências internacionais serão proferidas por pessoas com renomado reconhecimento no campo da Comunicação Alternativa.
Dan Phillips, que atua internacionalmente com supervisão de uso de tecnologia em regiões rurais da África do Sul, será um dos palestrantes. Rachel Santiago trabalha no Boston Children’s Hospital, com larga experiência no contexto hospitalar. Tracy Shepherd, apresentadora da conferência final, é presidente da próxima conferência internacional da ISAAC, que ocorrerá em Toronto em 2016.
Mayara Cardoso e Eliane de Souza Ramos, da Fundação Síndrome de Down, darão palestra sobre a utilização de recursos da Comunicação Suplementar e/ou Alternativa na Fundação Síndrome de Down; Claudia Dan fala da comunicação alternativa como recurso no atendimento a pessoas com síndrome de Down, relatando suas experiências na área. Agda Brigatto e Mayara Cardoso mostram como a arte pode ajudar nesse processo.
Exposição “Brinquedos e brincadeiras em pedaços de cor”
O desejo de celebrar a vivência das crianças e adolescentes atendidas no Cepre levou a planejar a criação de uma parede de mosaicos produzidos pelos meninos e meninas para a exposição “Brinquedos, jogos e brincadeiras”, que fica até o final desse mês no Espaço das Artes da FCM.
As atividades com mosaico foram realizadas no primeiro semestre de 2015 com os alunos surdos dos ambulatórios de Surdez e Desenvolvimento II e III. Os alunos fizeram seus desenhos relacionados ao tema “brinquedos, jogos e brincadeiras”, os quais foram, então, ampliados em fotocópia e colados na base dos quadros. Sobre estes desenhos, as crianças e adolescentes colaram os segmentos de pastilhas.
“Diferentemente da pintura ou do desenho, o mosaico funciona como um tipo de montagem de quebra-cabeça, demandando a procura de formatos específicos de segmentos quebrados e o posicionamento das mesmas para que se encaixem nos espaços disponíveis. Para fazer surgir a figura principal, é preciso cercá-la de outra cor contrastante. Do ponto de vista do conhecimento da linguagem artística, o mosaico promove ajustes necessários entre o desenho com seus detalhes precisos e a geometrização necessária da figura composta por pedaços de cor”, explica Lucia Reily.