Carlos Teixeira Alves de Jesus trabalha na Unitransp desde 1984. Ele é responsável por todas as placas verticais de sinalização colocadas nos campi de Campinas, Piracicaba e Limeira da Unicamp, na moradia estudantil e no Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA). Seu olhar atento revela o lado artista que cultiva desde criança, quando tirava 10 nas aulas de desenho.
Com o tempo, deixou o grafite, passou para a tinta óleo e desenvolveu uma técnica única que ainda não tem nome: a mistura de tinta acrílica emborrachada com microesferas de sílica, que lembram grãos de açúcar cristal.
“Sempre me perguntam que nome dou a essa técnica, mas ainda não sei. Esta é a primeira vez que faço uma exposição de quadros feitos com esse material que leva camadas de tinta reflexiva”, disse Carlos durante a abertura da exposição “Relevos” que ocorreu nesta quarta-feira (10) no Espaço das Artes da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
Sobre a técnica ainda sem nome que remete ao contato físico, Carlos diz que a maior dificuldade é o “tempero” da massa manipulada com espátula, solavancos e inclinações para garantir as ondulações que criam os relevos nos quadros.
“Senão, trinca tudo”, diz o artista autodidata sem relevar o segredo da mistura dos materiais e a temperatura correta para preparar a massa.
Além dos quadros pintados com esse material, alguns azulejos com colagem completam a exposição que fica até o final do mês de abril no Espaço das Artes da FCM, no saguão do prédio-sede da faculdade, de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 17h30, inclusive final de semana. Entrada franca.
Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp
Fotos: Marcelo Oliveira - CADCC-FCM